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Gouveia e Melo: “Sistemas informáticos do Ministério da Saúde não estavam preparados para o desafio” da vacinação

O ex-coordenador da ‘task force’ para o plano de vacinação contra a Covid-19 recorda que o processo em Portugal foi “um grande desafio”. Atualmente, cerca de 86% da população está vacinada contra o vírus fazendo de Portugal o país com a maior cobertura vacinal do mundo.
  • Mário Cruz/Lusa
23 Novembro 2021, 14h30

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo considera que Portugal conseguiu vencer, “em termos organizativos”, o processo de vacinação contra a Covid-19, constatando que foi “um grande desafio” que requereu “muita organização” por parte da task force.

Falando aos jornalistas, esta terça-feira, em Évora sobre a sua experiência em liderar este grupo de trabalho criado pelo Governo para concretizar o plano de vacinação nacional contra a Covid-19, o ex-coordenador da task force recorda que a equipa teve “alguns problemas no agendamento”, nomeadamente, a nível de “encontrar as pessoas na base de dados, contacta-las” e depois vacina-las.

“Os sistema informáticos do Ministério da Saúde não estavam prontos para o desafio. Tivemos que inventar a roda enquanto a reinávamos”, referiu.

Apesar do desafio, o responsável pelo processo de vacinação que permitiu inocular, até ao momento cerca de 86% da população (ou nove milhões de cidadãos), diz-se muito orgulhoso deste feito, referindo a título de exemplo que Portugal atingiu um pico de vacinação ao ter administrado vacinas a 160 mil pessoas num só dia.

“[Trata-se] de 1,6% da população. Tem um significado muito grande”, referiu, acrescentando ainda que os centros de vacinação chegaram a administrar vacinas a 1% da população todos os dias.

“Nem os Estados Unidos ou a Alemanha, por exemplo, à escala conseguiram vacinar 1,6% do total da população”, apontou Gouveia e Melo acrescentando ainda que “muitas vezes é preciso tomar decisões contra a vontade de grupos ou interesses” e que isso exige “coragem”.

“Muitas vezes as decisões têm que ser feitas contra vontade de grupos ou de interesses. Tem que haver coragem para tomar essa decisão. Quando há incerteza é preciso decidir com a boa informação que temos nesse momento”, apontou Gouveia e Melo.

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