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Governo da Madeira exige pedido de desculpas do primeiro-ministro

A Região não contribui para o agravamento do défice público português, vinca o vice-presidente do Governo Regional. Calado vai mais longe e diz mesmo que são os madeirenses quem está a pagar a dívida nacional.
  • Duarte Gomes
16 Fevereiro 2018, 13h32

A Madeira não contribui para o agravamento do défice público português, reiterou esta sexta-feira o vice-presidente do Governo Regional que exige ao primeiro-ministro António Costa “um pedido de desculpas” aos madeirenses.

O primeiro-ministro afirmou, na quarta-feira, na Assembleia da República que o défice da Madeira tinha sido “uma desagradável surpresa” e que tinha agravado o défice nacional. Em conferência de imprensa, Pedro Calado considerou esta manhã que, em termos de contabilidade nacional, o que conta para apuramento para as contas são os valores publicados pelo INE e através da contabilidade nacional, números que têm revelado ao longo dos anos um apuramento positivo da execução orçamental.

Ao contrário dos Açores e da República, “onde a dívida tem subido de forma galopante desde 2013”, a Madeira, diz Pedro Calado, tem “feito um esforço muito grande” para apresentar uma receita do ano superior à despesa.

“O valor estimado em dezembro de 2017 aponta para 4,7 mil milhões, quando já foi de 6 mil milhões. Em 2015, era de 4,9 mil milhões. Ou seja, a Região tem vindo sucessivamente a reduzir a sua dívida”, vincou o número dois do Governo de Miguel Albuquerque.

Calado foi mais longe, afirmando que são os madeirenses que estão a pagar a dívida nacional. “Sejamos honestos, num empréstimo de 1500 milhões que a República fez à Madeira, está a cobrar uma taxa de juro de 3,35% quando vai ao mercado beneficiar de taxas de juro a 2%, a 1,5%, a 1,4% e até a taxas negativas. Então quem tem pago a dívida da República não somos nós?”, criticou.

Perante este cenário, Pedro Calado defende que o mínimo que António Costa pode fazer é apresentar “um pedido de desculpa a toda a população da Madeira e do Porto Santo”, pela “forma caluniosa e desprestigiante” com que “desrespeitou o trabalho e o esforço dos madeirenses nos últimos anos”.

“Isto é a prova de que o Continente não sabe respeitar o árduo trabalho exigido aos madeirenses”, concluiu o governante social-democrata.

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