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Governo deve manter-se mas com remodelação profunda e sem João Galamba, revela sondagem

Sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF revela que Marcelo fez bem em manter o Governo em funções e que Costa fez mal ao forçar a manutenção de Galamba no Governo. O primeiro-ministro deve proceder a uma remodelação profunda no Executivo, revela ainda esta sondagem.
  • Adriano Machado/Reuters
4 Junho 2023, 10h38

O Governo deve manter-se até ao final da legislatura mas deve ser alvo de uma remodelação profunda que deve ser iniciada pelo afastamento do ministro das Infraestruturas. Estas são as principais conclusões de uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF a propósito da crise política que se gerou entre Belém e São Bento a propósito do “braço-de-ferro” entre Marcelo e Costa a propósito da continuidade de João Galamba no Governo após o episódio no Ministério das Infraestruturas a 26 de abril que envolveu as Secretas.

Para 54% dos inquiridos, Marcelo Rebelo de Sousa fez bem em manter o Governo em funções mas 73% das pessoas ouvidas nesta sondagem censuram o comportamento de António Costa ao forçar a manutenção de João Galamba no Governo. Mais alta ainda é a percentagem de inquiridos que consideram que o primeiro-ministro deve proceder a uma remodelação profunda no Governo.

Mais renhidas são as percentagens entre aqueles que acreditam que o Governo irá aguentar até ao final da legislatura em outubro de 2026 (44% dos inquiridos) e os 42% que perspectivam que o Presidente da República irá precipitar o fim da legislatura com a demissão do Governo.

Estas conclusões da sondagem da Aximage não estão muito longe dos resultados de um estudo de opinião desenvolvido pelo ICS e ISCTE para o “Expresso” e para a “SIC”. A maioria dos inquiridos considerou que António Costa não deveria ter segurado João Galamba no Governo a propósito do episódio no Ministério das Infraestruturas que envolveu as Secretas mas o Governo deve cumprir o mandato até 2026.

Esta sondagem mostra que a maior parte dos inquiridos considera que a legislatura vai chegar até ao fim mas vai mais longe: na sequência do episódio que envolveu a intervenção das Secretas no Ministério das Infraestruturas, a maioria das pessoas ouvidas neste estudo (cujo trabalho de campo decorreu nove dias depois da comunicação de Marcelo em que acusou o Governo de falta de “confiabilidade, respeitabilidade e autoridade”) espera também uma postura mais atenta e interveniente do Presidente da República.

Também na passada sexta-feira foi possível constatar que o PSD ultrapassa pela primeira vez o PS nas intenções de voto dos português, de acordo com os resultados do barómetro da Intercampus para o “Correio da Manhã” e “CMTV”. Os sociais-democratas obtêm 24,1% das preferências de voto enquanto os socialistas registam 22,4%, uma queda de quase 3% em relação ao mês de abril.

O referido caso remonta a 26 de abril, envolvendo denúncias contra o ex-adjunto Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, já depois de ter sido exonerado por “comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades” inerentes ao exercício das funções, e a polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação desse computador.

Este episódio gerou uma divergência pública entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, em torno da manutenção no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que apresentou a sua demissão, mas que António Costa não aceitou.

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