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Governo pretende captar mais de dois mil milhões de investimento privado para os portos

A ministra do Mar prevê que sejam criados 12 mil postos de trabalho até 2030.
  • Aly Song/Reuters
19 Dezembro 2016, 17h38

O Governo pretende captar mais de dois mil milhões de investimento privado para o setor portuário até 2026.

Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, anunciou hoje no porto de Sines a “Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária”, revelando que o plano de ação proposto para os próximos dez anos é avançar com um programa de investimentos que vai até ao máximo de 2,5 mil milhões de euros.

Desse montante, 83% serão de origens privadas, de empresas nacionais ou estrangeiras, 11% garantidos pelo Orçamento do Estado (setor público), e os restantes 6% financiados por fundos comunitários.

Ana Paula Vitorino acrescentou que a meta deste programa, que se prolonga até 2026, é aumentar em 200% a movimentação de contentores nos portos comerciais do Continente.

Em termos de carga geral, o objetivo passa por concretizar um crescimento de 88% no período em apreço, ou seja, um aumento de 78 milhões de toneladas.

Como o Jornal Económico avançou hoje em primeira mão, Ana Paula Vitorino anunciou nesta cerimónia realizada ao final da manhã, entre outras medidas, o lançamento dos concursos públicos internacionais para a concessão de três novos terminais de contentores, nos portos de Lisboa, Leixões e Sines, além de ter garantido a prorrogação do atual contrato de concessão do terminal de contentores gerido pela PSA em Sines.

A prorrogação do atual contrato de concessão do Terminal XXI com a PSA de Singapura deverá envolver, associada às várias fases de construção e de expansão do novo terminal de contentores Vasco da Gama, um investimento de 1.140 milhões de euros.

O novo terminal de contentores previsto para o porto de Lisboa, com uma localização quase fechada no Barreiro, deverá envolver um investimento de 746 milhões de euros.

Por fim, está previsto um investimento de 429,5 milhões de euros num novo terminal de contentores no porto de Leixões.

Outras metas elencadas por Ana Paula Vitorino são aumentar em 50% o volume de negócios das atividades conexas e transversais ao setor marítimo-portuário, assim como criar condições para tornar Portugal uma rede de abastecimento de navios a GNL (Gás Natural Liquefeito)  nos portos do Continente até 2026 e aumentar em 50% o volume de negócios da indústria naval.

Com estas medidas, Ana Paula Vitorino prevê que se criem 12 mil postos de trabalho até 2030.

A ministra do Mar sublinhou a necessidade de “criar plataformas de aceleração tecnológica nos portos para novos negócios nas indústrias avançadas do mar”, tais como energias renováveis oceânicas, navios especiais, robótica submarina, mineração no subsolo marinho, construção e reparação naval ou aquacultura.

“Transformar o sistema portuário português numa ‘área de serviço’ para abastecimento de navios a GNL e num ‘hub’ reexportador de GNL”, é outro objetivo traçado pela ministra do Mar.

Também presente na cerimónia, o primeiro-ministro António Costa anunciou que “em março será aberto o concurso para a linha ferroviária entre Elvas e a fronteira com Espanha, no arranque nio terreno do primeiro troço para assegurar a ligação do porto de Sines ao ‘hinterland’ ibérico”, uma aspiração que vem de longe.

António Costa sublinhou que existe “um potencial enorme por explorar na atividade portuária” em Portugal e relembrou que a recente duplicação do Canal do Panamá, assim como a implementação do projeto chinês da ‘nova rota da Seda’, em que Portugal está incluído, são oportunidades que não deveremos desperdiçar.

 

 

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