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Graça Freitas diz que planos de contingência são “inúteis” se não forem “treinados e interiorizados”

Em audição no Parlamento, Graça Freitas explicou que os planos de contingência visam preparar e prevenir casos de infeção pela Covid-19 e que, no caso dos lares, foram criadas orientações específicas dada a “junção de vários riscos”.
  • Cristina Bernardo
30 Setembro 2020, 10h37

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou esta quarta-feira que é “inútil” as empresas, instituições e eventos terem um plano de contingência se não for “treinado e interiorizado”. Em audição no Parlamento, Graça Freitas explicou que os planos de contingência visam preparar e prevenir casos de infeção pela Covid-19 e que, no caso dos lares, foram criadas orientações específicas dada a “junção de vários riscos”.

“Não serve de nada ter um plano de contingência, que é um papel morto, feito, e que não nem interiorizado, nem conhecido, nem treinado, é inútil”, afirmou Graça Freitas, em audição na comissão da Saúde, no Parlamento, sobre os vários surtos que, desde o início da pandemia, se vêm registando em lares.

Graça Freitas sublinhou que os planos de contingência devido à Covid-19 têm duas funções “muito importantes”: a preparação e a prevenção. “Os planos permitem prepararmo-nos, prevenindo e fazendo tudo o que podermos fazer a montante [para evitar contágios]. A segunda é estarmos preparados para, se acontecer um caso suspeito, que é muito importante para dar o alerta”, explicou a diretora-geral da Saúde.

A pensar na preparação teórica para prevenir novos surtos e porque não há um “risco zero” para a Covid-19, Graça Freitas recordou que a Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou, ainda em fevereiro, uma espécie de “manual” sobre o que deveria servir de base para a construção de planos de contingência nas empresas e, “ainda muito precocemente”, foram emitidas orientações específicas para os lares.

“Reconhecemos nestes locais [nos lares] a junção de vários riscos. Há uma coisa comum a todos os países: a taxa de letalidade varia sobretudo em função da demografia e da idade dos doentes infetados. As pessoas mais velhas têm uma vulnerabilidade intrínseca. Depois, há medida que envelhecemos, aumentam as nossas comorbilidades e vamos sofrendo um processo de degradação fisiológica que leva ao aumento da patologia”, indicou.

Além disso, há ainda a questão da distância física. “Se a doença é por contágio, obviamente, quando há mais pessoas juntas, a probabilidade de ocorrer um número maior de pessoas doentes existe”, acrescentou Graça Freitas.

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