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Greenvolt. Manso Neto prevê “potenciais aquisições” ao longo de 2022

Resultados consolidados da Greenvolt deveram-se, sobretudo, ao segmento da biomassa, anunciou hoje a elétrica.
  • 6 – João Manso Neto
16 Março 2022, 13h21

A Greenvolt registou lucros de 11,9 milhões de euros em 2021, um crescimento de 2,8% face ao ano anterior, anunciou hoje a elétrica em comunicado enviado à CMVM. As receitas totais no conjunto do ano atingiram os 141,5 milhões de euros (+57%) e o EBITDA excluindo custos de transação ascendeu a cerca de 61,6 milhões de euros (+87%). No caso da Greenvolt, o EBITDA corresponde ao resultado antes de impostos e da CESE (contribuição extraordinária sobre o sector energético), resultados financeiros e amortizações e depreciações.

Os resultados consolidados da Greenvolt deveram-se, sobretudo, ao segmento da biomassa, que inclui as centrais em Portugal, os custos de estrutura e a central de Tilbury (Reino Unido), algo que a empresa descreve como uma “situação expectável, face à maturidade deste negócio”. Em Portugal, a GreenVolt detém cinco centrais de biomassa residual florestal, com uma capacidade instalada de cerca de 100 MW. No Reino Unido, a GreenVolt detém uma participação maioritária (51%) na Tilbury Green Power (TGP), “operando uma central com cerca de 42 MW que utiliza exclusivamente resíduos lenhosos urbanos”.

Na nota enviada à CMVM, a empresa destaca o desempenho no quarto trimestre do ano passado, que correspondeu a 3,6 milhões de euros do total dos resultados líquidos ajustados atribuíveis à Greenvolt e representou um crescimento de 172% face aos mesmos três meses de 2020.

A Greenvolt, que nasceu como uma parceria entre a Altri e a EDP, era detida a 100% pela Altri desde julho de 2018. Em julho de 2021, o Grupo Altri concretizou a colocação em bolsa de parte do capital da Greenvolt (ficando com uma participação de 58,72%), após um aumento de capital subscrito na totalidade por investidores institucionais.

O CEO da Greenvolt, João Manso Neto, destacou que “o quarto trimestre de 2021 concluiu um exercício histórico para a GreenVolt”. Não só pelo arranque da primeira fase do spin-off da empresa, mas também pela estratégia que foi seguida.

“Desenhámos e implementámos uma estratégia diferenciadora assente em produção energética 100% renovável. Estratégia esta enfocada em segmentos de nicho, como a biomassa residual onde a GreenVolt é um operador de referência à escala europeia; em segmentos da cadeia de valor das renováveis mais tradicionais de forte crescimento, como seja o desenvolvimento de projetos; e em áreas de geração energética renovável através de autoconsumo”, considerou o responsável.

Para João Manso Neto, a estratégia que foi sendo implementada ao longo do quarto trimestre do ano “materializou-se num desempenho económico e financeiro francamente positivo”.

Ao longo de 2021, a Greenvolt adquiriu a Tilbury Green Power (TGP), no segmento da biomassa residual, a polaca V-Ridium (V-R), no negócio da energia solar fotovoltaica e eólica, bem como a portuguesa Profit Energy e a espanhola Perfecta Energia. Ainda na Polónia, adquiriu em 2021 uma participação maioritária (51%) na KSME, empresa de soluções de armazenagem energética com um pipeline de cerca de 5,8 GW.

Através da sua subsidiária V-Ridium, a Greenvolt concluiu a aquisição nos Estados Unidos da Oak Creek Energy Systems, empresa que se dedica ao desenvolvimento de projetos de energia renovável nos EUA, e concretizou a entrada no mercado alemão, com a assinatura do contrato de aquisição de uma participação acionista de 35% na MaxSolar, empresa de desenvolvimento de projetos de energia solar fotovoltaica. A empresa também assinou acordos de co-desenvolvimento em Itália e na Grécia.

“As aquisições realizadas, em linha com a estratégia definida aquando do IPO, permitiram posicionar a GreenVolt como uma referência na produção energética através de biomassa residual, mas também constituem um passo indispensável no sentido do estabelecimento da empresa como um major no segmento da promoção e desenvolvimento de projetos de energia renovável eólica e fotovoltaica do tipo utility scale”, indicou a Greenvolt.

A dívida financeira líquida da GreenVolt no final de 2021 ascendia a 146,2 milhões de euros. Ao longo do ano passado, a GreenVolt levantou – “no mercado bancário português e no mercado de capitais de dívida” – cerca de 475 milhões de euros, dos quais 205 milhões foram contratados após o IPO, que ocorreu no dia 15 de Julho de 2021. A Greenvolt destaca ainda “a emissão de um Green Bond, no montante de 100 milhões de Euros, com uma maturidade de 7 anos e um cupão fixo de 2,625%”, em novembro último.

O rácio Dívida líquida/EBITDA é de 2,4 vezes, considerando um EBITDA ajustado de 2021 de 61,6 milhões de euros.

Até ao final de 2023, a GreenVolt prevê que entrem na fase de pré-construção cerca de 2 GW de projetos, o que corresponde a um aumento de 1,8 vezes face aos 992 MW estimados na altura do IPO. Também prevê que “durante o exercício de 2022 se concretizem os primeiros processos de vendas de ativos na Polónia”.

Na geração renovável distribuída – “segmento que está a registar um crescimento exponencial” – a “GreenVolt acredita que durante o exercício de 2022 se materializem “projetos de tipo orgânico e potenciais aquisições”.

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