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Greve dos trabalhadores das lojas dos aeroportos mantém-se para 13 e 14 de maio

A paralisação irá ocorrer entre as 01h30 do dia 13 maio até às 1h30 do dia 15 de maio e a todo o trabalho suplementar do mesmo período.
  • Reuters
11 Maio 2018, 17h48

O SITAVA – Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos anunciou hoje, dia 11 de maio, que se mantém a greve dos trabalhadores da Lojas Francas de Portugal (LFP), para os próximos dias 13 (domingo) e 14 de maio (segunda-feira).

A paralisação irá ocorrer entre as 01h30 do dia 13 maio até às 01h30 do dia 15 de maio e a todo o trabalho suplementar do mesmo período.

Está também prevista uma concentração dos trabalhadores da LFP para a próxima segunda-feira, pelas 11 horas, junto à porta das chegadas do lado do Metro, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Segundo um comunicado do SITAVA, estas iniciativas de luta mantêm-se porque, da reunião realizada, no dia de ontem, dia 10 de maio, entre o sindicato e a administração das Lojas Francas de Portugal, “não resultou a apresentação de quaisquer soluções para as legítimas reivindicações dos trabalhadores”.

“Alertamos, ainda, para o facto de os trabalhadores estarem a ser questionados pela empresa acerca da sua adesão à greve quando não existe qualquer obrigação ou dever de prestarem essa informação”, acrescenta o comunicado do SITAVA.

Nesse documento, o sindicatyo recorda que apresentou em Janeiro passado uma proposta de revisão salarial e de matérias de expressão pecuniária, decorrente da ausência de atualização salarial entre 2010 e 2015.

“Por sua vez, e como resposta, a Administração da LFP- (Lojas Francas de Portugal), aplicou por ato de gestão a atualização dos salários em 2% e 0,10 euros no subsídio de refeição – atualização considerada insuficiente pelos trabalhadores”, explica o comunicado, que adianta que “das reuniões realizadas com a administração da LFP não foram encontradas soluções que respondessem às necessidades identificadas pelos trabalhadores”.

O SITAVA sublinha: “a falta de resposta na apresentação de soluções concretas tem sido uma constante e, perante este cenário, os trabalhadores decidiram desencadear uma greve para os próximos dias 13 e 14 de maio, com vista a resolver os seus legítimos anseios”.

“As multinacionais Vinci e Dufry, acionistas da LFP, estão a seguir uma política de bloqueio à revalorização dos salários, fazendo o alinhamento pelo salário mínimo nacional, situação nunca vivida na empresa e considerada inaceitável face às exigências profissionais colocadas aos seus trabalhadores”, reclama o SITAVA.

 Segundo o sindicato, os trabalhadores da Lojas Francas de Portugal têm de garantir o domínio da conversação em língua estrangeira; vendas assistidas em produtos com alguma sofisticação; aptidão para responder ao cliente em função do seu destino e sobre o que pode adquirir; e cumprimento de procedimentos de segurança aeroportuários, entre outras.

Por outro lado o SITAVA contesta os horários por turnos – imposição que a LFP exige como forma de responder aos horários dos voos nas diversas escalas – , o que implica “que a escala de Lisboa só encerre das 01h30 às 03h45”.

“Os horários por turnos têm uma amplitude de trabalho de 21h45, sem qualquer contrapartida. Aliás, não é praticada, nem reconhecida, a remuneração de subsídio de turnos”, adianta o SITAVA, destacando que “os horários por turnos rotativos para assegurar as entradas às 03h45 e saídas às 01h30 têm um elevado impacto na vida pessoal dos trabalhadores, para além da ausência de transportes públicos e a falta de reconhecimento do direito ao subsídio de transporte”.

A ausência de evolução na carreira profissional que tenha em conta o acréscimo de responsabilidades, como se demonstra pelo número de passageiros que, no conjunto das escalas, totalizou 51,8 milhões em 2017; e a deslocalização de parte da atividade da LFP do edifício 10 do Aeroporto Humberto Delgado para Alverca (logística de armazém e respetivo “backoffice”), que deverá cerca de 100 da empresa são outras situações criticadas pelo SITAVA.

“Neste contexto, a contratação de trabalhadores não tem sido fácil. A contratação precária, que a empresa teima em manter com contratos a termo incerto, não faz qualquer sentido. Impõe-se, pois, contratos de efetividade”, conclui o comunicado do SITAVA.

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