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‘Guerra’ às imitações: cápsulas Nespresso vão chegar onde menos se espera

Os analistas acreditam que o valor das vendas de café e máquinas da marca tenha chegado aos cinco mil milhões de francos suíços.
12 Julho 2017, 18h30

A Nestlé começou a vender cápsulas Nespresso fora dos seus próprios pontos de venda de retalho na Alemanha. À medida que procura dar um novo boost ao crescimento no sistema de fabrico de café, a empresa suíça detentora da marca implementou um projeto piloto nas cadeias alemãs Saturn, MediaMarkt e Galeria Kaufhof.

Para dar mais um passo na luta contra as imitações mais baratas, estão a ser instalados terminais “N-Point” nas suas lojas, locais onde os consumidores podem comprar as famosas cápsulas para as máquinas Nespresso. A informação foi avançada pela Bloomberg, esta terça-feira, segundo fonte da Nestlé. Em Portugal, a marca “irá avaliar o impacto do mesmo por forma a expandir, ou não, o projeto a outros parceiros e/ou mercados”. “Para já, não prevemos a sua implementação no mercado português”, afirmou Anna Lenz, Market Director da Nespresso, em resposta ao Jornal Económico.

A porta-voz da Nespresso explicou que a iniciativa “é mais um exemplo da forma como a marca procura inovar e estar cada vez mais próxima do seu consumidor”. Anna Lenz refere que tem vindo a ser reforçada a sua proximidade com os consumidores portugueses, nomeadamente através do alargamento da rede de boutiques.

“As entregas são agora gratuitas em todas as encomendas nos dias úteis e os consumidores podem agora também escolher receber as suas encomendas até às 22h. Por fim, e caso o consumidor Nespresso prefira levantar a sua encomenda num dos pontos de recolha parceiros da marca, tem agora ao seu dispor cerca de 1.500 pontos disponíveis de norte a sul do país”, sublinha.

É a primeira vez que a multinacional suíça disponibiliza as cápsulas através de outros retalhistas de terceiros. Os analistas contactados pela agência enfatizam que o plano está totalmente de acordo com um dos pilares estratégicos da Nestlé: «sell the product whenever, wherever and however». “Este projeto deve ser visto positivamente, como forma de a Nespresso encontrar novos consumidores”, explicou à Bloomberg o analista da Bank Vontobel Jean-Philippe Bertschy, acrescentando que estima que o valor das vendas de café e máquinas da marca tenha sido de cinco mil milhões de francos suíços (4,5 mil milhões de euros à cotação atual) em 2016.

No início do mês, a empresa suíça Ethical Coffee Company (ECC), que disputa o mercado de cápsulas para as máquinas Nespresso com a Nestlé, informou que iria deixar de produzir a sua linha biodegradável. A firma, envolvida há quase dez anos numa luta judicial com a gigante alimentar por causa das cápsulas compatíveis com a Nespresso, disse que vai reduzir a produção do formato “não rentável” até o fim do ano. “Estamos a deixar o mercado do formato Nespresso, que é totalmente obsoleto, onde já ninguém ganha dinheiro”, explicou o fundador da empresa, Jean-Paul Gaillard, à agência noticiosa France Press.

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