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Guerra na Ucrânia: a lista das multinacionais que se afastaram da Rússia

As empresas em causa abrangem vários setores, desde a aviação aos jogos eletrónicos, ou da alimentação à hotelaria e à indústria do papel, em que figura a portuguesa Navigator.
  • Moscovo, Russia
12 Março 2022, 12h14

Muitas multinacionais deixaram de trabalhar ou suspenderam a venda dos seus produtos na Rússia devido às sanções ocidentais impostas ao país na sequência da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

As empresas em causa abrangem vários setores, desde a aviação aos jogos eletrónicos, ou da alimentação à hotelaria e à indústria do papel, em que figura a portuguesa Navigator.

A agência noticiosa russa TASS divulgou “informações básicas sobre o congelamento ou a suspensão das empresas estrangeiras” na Rússia, numa compilação que não inclui a banca ou a energia:

 

Aviação e automóveis

Os fabricantes Boeing, Airbus e Embraer suspenderam o fornecimento de peças sobressalentes para os seus aviões às companhias aéreas russas, a sua manutenção e apoio técnico. O centro de formação da Boeing em Skolkovo suspendeu temporariamente o trabalho.

O fabricante francês de aviões Dassault Systemes suspendeu novos projetos na Rússia e Bielorrússia.

Os fabricantes de automóveis Mercedes-Benz, BMW, e Volvo, bem como a MAN (camiões e autocarros), suspenderam as exportações e a produção local.

A Ford suspendeu as suas atividades.

A Suzuki, Honda, Mazda pararam o fornecimento de automóveis e motociclos.

A General Motors e a Scania estão a suspender as entregas de automóveis, e a Nissan a do ‘crossover’ Pathfinder.

O Grupo Volkswagen Rus interrompeu o envio de automóveis que já se encontram no país para concessionários russos. A produção de automóveis do Grupo Volkswagen na Rússia foi suspensa até nova ordem.

A Toyota suspendeu a produção em São Petersburgo, devido a interrupções no fornecimento de componentes.

A Hyundai e a Renault interromperam o trabalho nas suas fábricas locais.

A Skoda reduziu a produção devido à falta de componentes e suspendeu as atividades na Rússia.

A Daimler congelou a cooperação com a Kamaz russa e não produzirá camiões como parte da ‘joint-venture’ DK RUS nem fornecerá componentes.

A Porsche suspendeu as entregas de automóveis.

O fabricante alemão de pneus e componentes de automóveis Continental suspendeu a produção e os negócios na Rússia.

A Ferrari e a Lamborghini anunciaram a suspensão das exportações para a Rússia.

O fabricante transnacional de automóveis Stellantis anunciou a suspensão das exportações de automóveis para a Rússia e das importações provenientes deste país.

 

Eletrónica e indústria

A Apple suspendeu as exportações, o comércio ‘online’ e os serviços restritos. As lojas re:Store que vendem o equipamento da empresa não funcionaram durante um dia, mas reabriram em 03 de março.

O fabricante de produtos eletrónicos Dell deixou de vender produtos temporariamente.

O fabricante alemão de ‘software’ SAP está a suspender as operações na Rússia e as vendas de todos os seus serviços e produtos.

Um dos maiores criadores de ‘software’ do mundo, a Oracle, suspendeu todas as operações no país.

A Ericsson, fabricante de equipamento de telecomunicações, suspendeu as entregas aos clientes na Rússia.

Os produtos do maior fabricante mundial de semicondutores TSMC não chegarão à Rússia, mas os semicondutores da marca Elbrus desenvolvidos no país continuarão a ser produzidos.

Os compradores russos não poderão temporariamente receber produtos do maior fabricante de rolamentos, a sueca SKF.

O grupo Siemens, com sede em Munique, que constrói comboios, mantém fábricas e fornece ‘software’, parou as operações e entregas para a Rússia, mas mantém operações de manutenção e reparação.

O fabricante finlandês de elevadores KONE interrompeu temporariamente as entregas na Rússia.

O maior desenvolvedor de ‘software’ para construção e engenharia mecânica Autodesk (AutoCAD, 3ds MAX) suspendeu os trabalhos na Rússia.

A norte-americana Intel anunciou a suspensão do fornecimento dos seus produtos.

A Komatsu, o primeiro fabricante de maquinaria e equipamento de construção do Japão e o segundo do mundo, suspendeu o fornecimento dos seus produtos.

A empresa norte-americana de ‘software’ EPAM Systems anunciou a suspensão dos serviços aos clientes russos.

O fabricante norte-americano de equipamento e ‘software’ de rede Cisco Systems suspendeu todas as operações comerciais na Rússia e Bielorrússia.

A Nvídia suspendeu as vendas.

A Rockstar Games, que desenvolve as séries GTA e Red Dead Redemption, deixou de vender jogos na Rússia.

A Nintendo suspendeu as entregas de consolas de jogos.

A Adobe deixou de vender os seus produtos na Rússia.

A PepsiCo suspendeu a venda de bebidas na Rússia, bem como as atividades publicitárias, mas manteve a venda de alimentos para bebés.

A empresa britânica Unilever, um dos líderes mundiais na produção de bens de consumo, suspenderá a exportação e de produtos para a Rússia, bem como a sua importação da Rússia.

A General Electric Company suspendeu as atividades na Rússia, mas continuará a apoiar o equipamento médico essencial e os serviços de eletricidade.

A Coca-Cola Company suspendeu as suas operações no país.

A empresa finlandesa de madeira UPM suspenderá a compra de madeira e a operação da fábrica de contraplacado em Chudovo, na região de Novgorod.

O fabricante português de pasta e papel Navigator suspendeu as suas operações na Rússia e na Bielorrússia.

A empresa japonesa Hitachi suspendeu temporariamente as suas atividades, com exceção da produção e apoio técnico de sistemas elétricos e equipamento elétrico.

O fabricante de fotocopiadoras Epson suspendeu a cooperação com a Rússia e Bielorrússia.

O fabricante norte-americano de equipamento de construção Caterpillar anunciou a suspensão da produção na Rússia.

 

Alimentação, bebidas e tabaco

O maior produtor mundial de álcool Diageo, com marcas como Smirnoff, Baileys e Guinness, interrompeu as exportações.

A McDonald’s fechará temporariamente os seus 847 restaurantes na Rússia, que empregam 62.000 pessoas, segundo a empresa.

A Heineken suspendeu a produção e venda de cerveja sob a marca Heineken na Rússia.

A marca norte-americana Yum!, proprietária das cadeias KFC e Pizza Hut, suspendeu os investimentos na Rússia. O trabalho dos pontos de venda que são geridos pela própria empresa, e não por ‘franchise’, está suspenso.

A empresa de cerveja dinamarquesa Carlsberg decidiu suspender novos investimentos na Rússia, assim como a exportação de produtos de outras divisões da Carlsberg para a Baltika russa.

A Starbucks suspendeu as operações na Rússia.

A Coca-Cola Company, que produz refrigerantes, suspenderá temporariamente as suas atividades na Rússia, onde tem 10 fábricas em diferentes cidades.

A PepsiCo também não venderá bebidas, incluindo 7Up e Mirinda, e, por enquanto, não se envolverá em publicidade. A empresa continuará a vender bens essenciais, como comida para bebés e leite.

O fabricante finlandês de produtos lácteos Valio decidiu reduzir o seu trabalho na Federação Russa. A empresa é proprietária de uma fábrica perto de Moscovo, onde trabalham 400 pessoas.

O produtor de café finlandês Paulig também anunciou a sua retirada da Rússia.

A empresa finlandesa Fazer, que produz chocolate e produtos de padaria, cessou o seu trabalho na Rússia.

A italiana Ferrero suspendeu as atividades não essenciais.

A empresa de tabaco britânica Imperial Brands, que produz as marcas Davidoff, Richmond e Gitanes, não venderá nem fabricará temporariamente produtos na Rússia.

A Japan Tobacco, um dos maiores fabricantes de cigarros do mundo, está a suspender novos investimentos no mercado russo.

A Burger King suspendeu o apoio empresarial ao mercado russo.

A empresa americana Brown-Forman, proprietária do whisky Jack Daniel’s e da vodka Finlandia, suspendeu as operações.

 

Entretenimento, vestuário, cosmética e mobiliário

A Sony suspendeu a Playstation Store, o fornecimento de consolas e jogos à Rússia.

A Walt Disney Company, a Warner Bros. e a Paramount Pictures suspenderam as exibições dos seus filmes.

A cadeia espanhola de lojas de vestuário Inditex, proprietária das marcas Zara, Pull & Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius e Oysho, suspendeu o seu trabalho na Rússia.

A Uniqlo, um dos maiores fabricantes e retalhistas japoneses de vestuário, está a suspender as suas atividades na Rússia.

A marca de vestuário Karl Lagerfeld suspendeu as entregas à Federação Russa e fechou a possibilidade de comprar produtos ‘online’.

H&M, Prada, ASOS e Nike suspenderam as exportações e vendas ‘online’.

O retalhista Mango suspendeu temporariamente o trabalho na Rússia.

A empresa iHerb, que vende suplementos dietéticos, vitaminas e produtos alimentares, só entregará aos russos encomendas já processadas, não aceitando novas encomendas.

A Lego suspendeu as entregas dos seus produtos às lojas russas.

O serviço de imprensa Megogo cessou as suas operações na Rússia.

A IKEA suspendeu o trabalho na Rússia, assim como todas as exportações e importações de e para o país.

O retalhista dinamarquês de mobiliário JYSK encerrou temporariamente as suas lojas.

A Activision Blizzard suspendeu as vendas dos seus jogos.

A Jewelry House Cartier suspendeu temporariamente as atividades comerciais na Rússia e Ucrânia.

A empresa de vendas ‘online’ eBay suspendeu a entrega de encomendas.

O sistema de pagamento eletrónico PayPal suspendeu a prestação de serviços na Rússia.

A editora de jogos de computador Electronic Arts não irá vender e distribuir o seu conteúdo na Rússia e Bielorrússia.

O grupo de empresas Kering, proprietário das marcas de luxo Gucci, Balenciaga e Yves Saint Laurent, encerrou as suas lojas na Rússia.

A empresa de publicidade britânica WPP e o gabinete de arquitetura de Norman Foster + Partners anunciaram o encerramento das obras na Rússia.

Boutiques de marcas pertencentes ao grupo de empresas LVMH (Louis Vuitton Moet Hennessy), assim como Hermes e Chanel, serão temporariamente encerradas na Rússia.

O serviço de reservas de hotel online Booking.com suspendeu a prestação de serviços turísticos na Rússia.

O serviço de transmissão de música Deezer anunciou a sua partida da Rússia.

A empresa alemã Henkel está a suspender todos os investimentos planeados na Rússia.

A Puma e a Adidas suspenderam as atividades comerciais.

A maior companhia discográfica mundial, a Universal Music, suspendeu as suas atividades na Rússia.

A L’Oreal pretende suspender o trabalho das suas lojas na Rússia.

A fabricante de cosméticos Estee Lauder suspendeu as suas atividades.

A empresa britânica de cosméticos Lush também anunciou a suspensão do fornecimento dos seus produtos à Federação Russa.

A Shiseido suspendeu as entregas dos seus produtos e novos investimentos no mercado russo.

A Rolex suspendeu as exportações para a Rússia.

A empresa britânica Mothercare, especializada na venda de produtos para mulheres grávidas e crianças pequenas, suspendeu as suas atividades na Rússia.

A Google restringiu a compra de aplicações no seu Mercado Play para utilizadores da Rússia. Agora os utilizadores poderão utilizar apenas conteúdo gratuito.

A Warner Music suspendeu todas as suas atividades. A WarnerMedia suspenderá o licenciamento de novos conteúdos na Rússia.

A empresa dinamarquesa de joalharia Pandora suspendeu todas as relações comerciais com a Rússia e a Bielorrússia.

A Hugo Boss fechou as lojas e suspendeu o comércio ‘online’ na Rússia.

A Victoria’s Secret suspendeu temporariamente o trabalho na Rússia.

As cadeias de hotéis Hilton e Hyatt suspendem o desenvolvimento de negócios na Rússia e operador InterContinental Hotels Group anunciou a suspensão dos investimentos.

 

Logística

A empresa de transporte e logística Kuehne+Nage e a Maersk deixam de fornecer mercadorias, com exceção de produtos farmacêuticos e artigos de ajuda humanitária.

A DHL, CMA CGM, Fedex e UPS suspenderam a entrega de mercadorias e documentos à Rússia.

O fornecedor de soluções de embalagem e biomateriais Stora Enso irá suspender toda a produção e vendas na Rússia.

 

Educação

A corporação educacional britânica Pearson suspendeu o fornecimento de produtos e vendas de serviços na Rússia e Bielorrússia.

A plataforma educativa americana Coursera suspendeu todas as suas atividades na Rússia.

 

O que irá acontecer aos empregados das empresas?
Se a empresa não trabalhar ou estiver inativa, o empregador é obrigado a continuar a pagar aos empregados, disse à TASS o chefe adjunto da Federação de Sindicatos Independentes da Rússia (FNPR), Alexander Shershukov.

Segundo Shershukov, se um trabalhador for despedido, tem de ser previamente informado da decisão, à luz da legislação laboral em vigor no país.

Se os direitos das pessoas forem violados, a organização sindical no local de trabalho pode protegê-las.

As pessoas também podem fazer denúncias à inspeção do trabalho ou num tribunal.

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