[weglot_switcher]

Guterres empossado secretário-geral da ONU: Nono presidente é o primeiro português

O antigo primeiro-ministro português António Guterres tornou-se oficialmente o 9.º secretário-geral da ONU com um juramento sobre a Carta das Nações Unidas
12 Dezembro 2016, 17h00

“A globalização fez aumentar as desigualdades. Muita gente ficou para trás, incluindo nos países desenvolvidos”, referiu Guterres nas primeiras palavras proferidas enquanto novo secretário-geral das Nações Unidas.

O novo secretário-geral da organização lançou o repto de que “a ONU deve estar preparada para mudar” tendo em conta que, no entender de Guterres, existe “incapacidade” para a prevenção de crises: “devemos duplicar os esforços para resolver as crises”, realça o português.

Paz, desenvolvimento e organização interna foram definidas como as três áreas prioritárias: “Não basta fazer melhor, temos que comunicar melhor o que fazemos, de forma que todos compreendam”, destacou Guterres.

“Estou preparado para me envolver pessoalmente na resolução de conflitos onde isso trouxer um valor acrescentado, reconhecendo o papel de liderança dos Estados-membros”, declarou António Guterres, num discurso após ter prestado juramento sobre a Carta das Nações Unidas, perante a assembleia-geral da ONU.

“A prevenção é o que os fundadores das Nações Unidas nos pediram para fazer. É a melhor forma de salvar vidas e de reduzir o sofrimento humano. Onde a prevenção falha, devemos fazer mais para resolver conflitos”, considerou.

Na resposta a “crises graves” como as da Síria, Iémen e Sudão do Sul ou a “disputas longas” como o conflito israelo-palestiniano, são necessárias “mediação, arbitragem e diplomacia criativa”.

Na sua intervenção, Guterres falou em inglês, francês e espanhol.

Ban Ki-moon enaltece Guterres

“Estamos a fazer tudo o que podemos para que as futuras gerações vivam em paz”, afirmou Ban Ki-moon, perante a assembleia-geral da ONU, culminando dez anos como responsável máximo da organização.

No final da sua intervenção, Ban desejou ao seu sucessor, António Guterres, e a todos os membros da ONU “paz, prosperidade e sucesso”.

O discurso de Ban Ki-moon antecedeu o juramento do antigo primeiro-ministro António Guterres, que se tornará o nono secretário-geral das Nações Unidas, cargo que desempenhará a partir de 01 de janeiro de 2017.

Antes, o plenário aprovou, por aclamação, uma resolução de tributo a Ban Kim-moon, que cumpriu dois mandatos como secretário-geral da ONU, num total de dez anos.

O presidente da assembleia-geral, Peter Thomson, transmitiu um “profundo agradecimento” a Ban Ki-moon, destacando o seu legado duradouro e “compromisso com a paz, direitos humanos, justiça e igualdade”.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.