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Humberto Pedrosa terá recebido 12 milhões para sair da TAP, acusa PSD

O acordo alcançado com o Estado para a compra da participação de David Neeleman na TAP por 55 milhões prevê que Humberto Pedrosa recebesse 11,9 milhões, revelou o PSD na comissão de inquérito à companhia aérea. Empresário rejeita ter recebido qualquer valor.
  • Cristina Bernardo
6 Junho 2023, 19h32

Afinal, não seria só David Neeleman a ter direito a receber 55 milhões de euros do Estado para abandonar a estutura acionista da TAP. O PSD revelou esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea que o acordo negociado pela VdA prevê a entrega de 11,9 milhões de euros à holding de Humberto Pedrosa, que era metade do consórcio Atlantic Gateway, que fez parte da gestão privada da empresa a partir de 2015.

A revelação veio do deputado Hugo Carneiro, durante a audição do ex-ministro das Finanças João Leão. A informação consta de documentos entregues recentemente à comissão.

O deputado concretiza que esse acordo prevê o pagamento de quase 12 milhões de euros em “prestações suplementares” a Humberto Pedrosa ou a sociedades controladas por este.

A revelação contraria por completo aquilo que o empresário transmitiu aos deputados durante a sua audição no último mês, onde diz ter perdido a totalidade do investimento que colocou na TAP — exatamente 12 milhões de euros. O líder do grupo Barraqueiro disse que os recorrentes aumentos de capital do Estado diluíram a sua participação na empresa.

Humberto Pedrosa reafirma que não recebeu nada para sair da TAP. Uma resposta que surge depois do PSD ter afirmado na audição a João Leão que tinha informação de que Humberto Pedrosa afinal tinha recebido dinheiro para sair da TAP, concretamente 11,9 milhões de euros. O ex-ministro das Finanças desconhecer que o ex-acionista português da TAP tenha recebido algum valor.

O empresário já reagiu, em resposta ao Expresso, e diz não ter recebido esse valor: “Confirmo que não recebi nada para sair da TAP”, disse ao semanário.

A Atlantic Gateway, antiga acionista privada da TAP, foi a selecionada para privatizar a empresa e fez parte da gestão da TAP até julho de 2020, quando a recompra devolveu ao Estado 72,5% da TAP SGPS.

Sobre o montante alegadamente pago a Humberto Pedrosa – algo negado previamente pelo mesmo – o ex-ministro das Finanças diz “não ter presente”. “Desconheço os montantes associados e isso não se colocou”, garante João Leão.

O antigo governante assumiu a pasta das Finanças imediatamente após a aprovação de um auxílio de emergência de 1,2 mil milhões – que foi convertido em capital próprio. Antes, foi secretário de Estado do Orçamento sob a liderança do antecessor Mário Centeno.

 

Notícia atualizada às 19h53 com reação de Humberto Pedrosa ao semanário Expresso
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