[weglot_switcher]

Ibersol está a avaliar oferta de 230 milhões para vender restaurantes do Burger King em Portugal e Espanha

A dona norte-americana da Burger King quer comprar os restaurantes da empresa em Portugal e Espanha detidos pela Ibersol.
16 Fevereiro 2022, 11h16

A Ibersol anunciou hoje que está a avaliar uma proposta no valor de 230 milhões para vender os restaurante da Burger King detidos pela cotada em Portugal em Espanha.

A proposta foi feita pela Restaurant Brands Iberia, a filial ibérica da empresa norte-americana que detém a marca Burger King.

Este é mais um episódio na guerra entre a empresa portuguesa e a companhia norte-americana de ‘fast food’.

A Ibersol “confirma que lhe foi dirigida pela Restaurant Brands Iberia uma proposta não vinculativa para a potencial aquisição dos restaurantes da insígnia Burger King da propriedade da Ibersol no território português e espanhol”.

“A referida proposta avalia indicativamente os referidos restaurantes com um enterprise value de 230 milhões de euros, numa base cash and debt-free, e encontra-se sujeita a um conjunto de pressupostos e condições, incluindo, entre outros, (i) à realização de um processo de due diligence financeira e legal confirmatória e (ii) à obtenção de autorizações internas e de financiamento externo por parte da entidade proponente”, segundo o comunicado.

A Ibersol declara que a “proposta não vinculativa está a ser analisada pelo conselho de administração da sociedade, e oportunamente será dado conhecimento ao mercado dos desenvolvimentos subsequentes deste processo”.

Burger King rescindiu contrato de desenvolvimento com a Ibersol

A cinco de fevereiro, a Ibersol anunciou que a Burguer King tinha rescindido o contrato de desenvolvimento da marca.

Com esta decisão, a cadeia norte-americana de hambúrgueres cancelou a abertura de 27 restaurantes da sua marca pela Ibersol até ao final de 2023. Todavia, a Ibersol vai continuar a explorar os 119 restaurantes da Burger King no país.

“A Ibersol informa que a BK Portugal lhe comunicou a sua decisão de rescindir o contrato de desenvolvimento da marca Burger King em Portugal, invocando o incumprimento da obrigação de proceder à abertura de dois restaurantes e à remodelação de três restaurantes no ano de 2021 (para além dos 12 restaurantes inaugurados e das 7 remodelações concretizadas em 2021)”, anunciou a empresa a 5 de fevereiro.

“Mais informou a Burger King ter posto termo às conversações com vista à renegociação do aludido contrato de desenvolvimento, sem prejuízo da sua disponibilidade para analisar propostas de construção de novos restaurantes por parte da Ibersol, e de autorizar essa construção se tal vier a ser considerado vantajoso do ponto de vista dos interesses da marca. O contrato de desenvolvimento permitia que a Ibersol construísse mais 27 novos restaurantes durante os anos de 2022 e 2023”, segundo o comunicado divulgado na CMVM.

No entanto, a Ibersol anunciou que os “contratos de franquia dos 119 restaurantes da insígnia Burger King de que a Ibersol é proprietária no território português” continuam “válidos e vigentes, pelo que a Ibersol continuará a operar tais estabelecimentos com o melhor standard de serviço e qualidade em conformidade os referidos contratos”.

A Ibersol considera que a decisão tomada pela Burger King Portugal é “injusta e desajustada, em particular porque a conclusão dos referidos dois restaurantes e a remodelação de outros três será concretizada até 30 de abril e porque não foram valoradas adequadamente as limitações impostas à atividade das empresas portuguesas durante o ano transato, no qual o confinamento geral e o regime de trabalho limitado aplicável durante períodos substanciais tornaram impossível o normal funcionamento dos serviços públicos, originando atrasos significativos na obtenção de licenciamentos de projetos”.

“De qualquer forma, a Ibersol analisará com os seus assessores as implicações decorrentes do exposto e tomará as medidas julgadas necessárias para proteger os seus interesses”, conclui a cotada.

Nesta sessão, já foram negociadas 40.677 ações, acima da média de 20 mil dos últimos três meses. A cotada, tem uma capitalização bolsista de 207 milhões de euros, e já valorizou 10,2% no espaço de um ano.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.