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IL diz que despacho do mecanismo ibérico de fixação de preços do gás natural “é grave”

O líder da IL avisa que o despacho assinado por Costa “permite preços mais baixos na eletricidade em relação aos preços europeus num momento, mas vai originar preços mais altos do que a Europa no futuro”.
2 Agosto 2022, 12h09

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, classificou como “grave” o despacho que ontem o primeiro-ministro assinou sobre o mecanismo ibérico de fixação de preços de gás natural.

“Revela que PS significa de facto propaganda socialista porque é de propaganda que se trata quando o Governo quer esconder que este mecanismo permite preços mais baixos na eletricidade em relação aos preços europeus num momento, mas vai originar preços mais altos do que a Europa no futuro e os mesmo beneficiários desses preços mais baixos hoje serão aqueles que pagarão os preços mais altos”, aponta João Cotrim Figueiredo.

“O PS quer esconder isto, isto é propaganda. Nada é gratuito, alguém acaba sempre por pagar”, refere o líder liberal.

O presidente da IL considerou também que “PS significa também prepotência socialista porque perante as declarações de presidente de uma empresa privada que o PS não gosta, o que é que faz? Retalia, obrigando a validação de centenas de faturas todos os meses e isso vai certamente causar atrasos adicionais nos pagamentos e retalia também ameaçando com a mudança de fornecedores presumindo que vai haver práticas comerciais desadequadas na linguagem daquele despacho”.

Esta terça-feira, numa nota enviada às redações, o gabinete do primeiro-ministro informou que António Costa ontem assinou um despacho com duas ordens. A primeira diz que “os serviços da administração direta e da administração indireta do Estado não podem proceder ao pagamento de quaisquer faturas emitidas pela ENDESA, independentemente do seu valor, sem validação prévia, por despacho do Secretário de Estado do Ambiente e da Energia”. A segunda diz que “os referidos serviços públicos e a ESPAP devem proceder cautelarmente a consultas de mercado, para a eventual necessidade de contratação de novos prestadores de serviço”.

As decisões do executivo surgem em reação às “ameaças de práticas especulativas nos preços a praticar pela ENDESA” e no cumprimento do “dever de o Estado proteger o interesse dos contribuintes na gestão dos dinheiros públicos”.

O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, admitiu, em entrevista ao Jornal de Negócios, um aumento de 40% na fatura da eletricidade. “Em particular, a partir do final de agosto, mas já nas faturas do consumo elétrico de julho, as pessoas vão ter uma desagradável surpresa. (…) Estamos a falar de qualquer coisa na ordem dos 40 ou mais por cento relativamente àquilo que as pessoas pagavam”, explicou.

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