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Incêndios na Amazónia: Alemanha e França querem mobilização para ajudar Brasil

Fogos florestais que estão a devastar a Amazónia impuseram-se à última hora na agenda da cimeira, com Macron a evocar uma “crise internacional”.
24 Agosto 2019, 14h24

A chanceler alemã, Ângela Merkel, disse hoje na sua mensagem semanal de vídeo que da cimeira do G7 em Biarritz deve sair uma “mensagem clara” de que tem de se fazer tudo para que acabem os incêndios na Amazónia.

“Estamos especialmente chocados com os incêndios horríveis na Amazónia. Na cimeira temos de ver como podemos ajudar e o objetivo deve ser que saia uma mensagem de que é preciso fazer tudo para que a floresta tropical deixe de arder”, disse Merkel.

Merkel acrescentou que o Presidente francês, Emamanuel Macron, que na quinta-feira referiu na rede social Twitter os fogos que devastam a maior floresta tropical do planeta, falando de “crise internacional” e pedindo aos países industrializados do G7 “para falarem desta emergência”, tem tem razão ao colocar o tema na agenda.

“A nossa casa está em chamas e não podemos permanecer calados”, disse a chanceler. Por outro lado, Merkel destacou a importância que tem o G7 como fórum de diálogo internacional.

“É melhor falar com os outros do que dos outros e para isso o G7 oferece uma possibilidade extraordinária”, disse Merkel, que também se referiu a outras matérias colocadas pela presidência francesa, como a redução da desigualdade global e em particular entre homens e mulheres.

Também o presidente francês apelou este sábado à “mobilização de todas as potências” para ajudar o Brasil e outros países atingidos a lutarem contra os incêndios na Amazónia e a investir na reflorestação das regiões afetadas.

“Devemos responder ao apelo da floresta (…) da Amazónia, nosso bem comum (…) e por isso vamos agir”, declarou Emmanuel Macron dirigindo-se aos franceses antes do início do G7.

Os fogos florestais que estão a devastar a Amazónia impuseram-se à última hora na agenda da cimeira, com Macron a evocar uma “crise internacional”.

A sugestão foi de imediato criticada pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que acusou Macron de “mentalidade colonialista” ao “instrumentalizar” o assunto propondo que “assuntos amazónicos sejam discutidos […] sem a participação dos países da região”, o que deu origem a escalada de tensão que levou o chefe de Estado francês a acusar o brasileiro de “mentir” quando afirmou que iria respeitar os compromissos ambientais e a anunciar que, nestas condições, França opõe-se ao acordo de comércio livre UE-Mercosul.

O Presidente de França, Emmanuel Macron, recebe em Biarritz, no sudoeste do país, os dirigentes dos Estados Unidos, Donald Trump, Reino Unido, Boris Johnson, Alemanha, Angela Merkel, Itália, Giuseppe Conte, Canadá, Justin Trudeau, e Japão, Shinzo Abe.

Em Biarritz vão também estar o Presidente do Conselho da União Europeia (UE), Donald Tusk, e vários chefes de Estado e de governo convidados pela Presidência francesa, entre os quais o indiano Narendra Modi, o egípcio Abdel Fattah al-Sisi, o chileno Sebastian Piñera, o ruandês Paul Kagame ou o senegalês Macky Sall.

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