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Inês de Sousa Real acusa André Silva de falta de “autocrítica” e relembra falhas na antiga liderança

Para a porta voz do PAN “não é este o caminho que nos eleva enquanto representantes ou ex representantes de um partido político”. André Silva, ex-dirigente do partido, teceu críticas à liderança do PAN que, nas últimas eleições legislativas, a 30 de janeiro, perdeu três mandatos tendo sido capaz de eleger apenas Inês Sousa Real, pelo distrito de Lisboa.
4 Fevereiro 2022, 18h34

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, lamentou as críticas do antigo líder do partido André Silva sobre o rumo do partido nestas eleições legislativas.

“Lamento profundamente que tenha optado por seguir este caminho”, disse a responsável em declarações à RTP. “Não é este o caminho que nos eleva enquanto representantes ou ex representantes de um partido político que se propôs fazer a diferença e para alguém que optou por abandonar o partido há mais de sete meses, ou seja, deixou um mandato a meio. Deixou também uma liderança e não se apresentou a congresso para concorrer quando íamos ter um ato eleitoral das autárquicas”, disse Inês de Sousa Real, esta sexta-feira.

Esta sexta-feira, num artigo de opinião, André Silva, ex-dirigente do partido, teceu críticas à liderança do PAN que, nas últimas eleições legislativas, a 30 de janeiro, perdeu três mandatos tendo sido capaz de eleger apenas Inês Sousa Real, pelo distrito de Lisboa.

No jornal “Público”, considerou que “de partido estrategicamente dialogante com o PS, o PAN passou a comportar-se como seu afilhado”, considerando também que “a postura errática que o PAN decidiu abraçar já tinha ostentado sinais nas autárquicas e as legislativas foram a cabal confirmação disso mesmo”.

Para Inês de Sousa Real faltou “no seu artigo de fazer uma autocrítica”, e recordou que foi o antigo dirigente que decidiu não apoiar nem apresentar nenhum candidato às eleições presidenciais, “numa altura tão fundamental em que todos os partidos, ainda para mais forças políticas que estavam a emergir, concorreram ganhando espaço mediático. Foi pela sua mão que foi afastada essa possibilidade dentro do PAN”, sublinhou.

“Por outro lado, em anteriores mandatos houve uma grande colagem tendo votado favoravelmente nos Orçamentos do Estado coisa que não se veio a verificar nesta legislatura e numa legislatura em que conseguimos importantes avanços quer para a causa animal como foi o caso dos tiros aos pombos, dos dez milhões de euros para a proteção animal, também a Lei de Bases de Clima”, apontou a porta voz do PAN.

Recorde-se que o PAN foi, a par com o PSD, o partido que mais viabilizou propostas do Partido Socialista na última legislatura que acabou por ser interrompida com o chumbo do Orçamento do Estado para 2021. Durante a campanha para a nova legislatura, o PAN sempre manteve a porta aberta ao diálogo com o PS e chegou-se a falar na possibilidade de uma ecogeringonça em conjunto com o Livre. No entanto, o PS obteve maioria absoluta e o PAN ficou com 1,53% dos votos, tendo elegido apenas um deputado.

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