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Inflação está a abrandar mas consumidores podem não sentir no bolso em breve

Apesar de os custos das matérias-primas e energia terem começado a aliviar, empresas como a Nestlé, Reckitt Benckiser ou Danone continuaram a subir acentuadamente os preços dos seus bens no primeiro trimestre.
  • Danone
26 Abril 2023, 12h43

As maiores empresas mundiais de bens de consumo estão a pagar menos pelas matérias-primas e pela energia. No entanto, pode demorar até os consumidores verem os preços a caírem de forma significativa, escreve a “Reuters” esta quarta-feira.

A escalada da inflação que se verificou durante a pandemia de Covid-19 foi agravada pela invasão russa da Ucrânia, levando os preços da energia a tocar máximos recorde. O aumento generalizado dos custos levou as empresas a subirem os preços, agravando a deterioração do poder de compra de famílias por todo o mundo.

Apesar de estes custos, nomeadamente da energia, terem começado a aliviar e os preços globais de algumas matérias-primas estarem a subir a um ritmo mais lento, empresas como a Nestlé, Reckitt Benckiser ou Danone continuaram a subir acentuadamente os preços dos seus bens no primeiro trimestre, de acordo com a “Reuters”.

Jeff Carr, administrador financeiro da Reckitt, disse esta quarta-feira, numa conferência com analistas, que os gastos suportados com as matérias vão ser “significativamente” mais baixos este ano, podendo ficar entre 5% a 9% em comparação com 18% no ano passado.

Por outro lado, Juergen Esser, administrador financeiro da Danone, afirmou aos analistas que embora os custos laborais, os preços do leite e do açúcar estejam a subir, há custos que estão a recuar. Nesse sentido, “esperamos que a inflação abrande ao longo do ano”, disse. Mas os preços continuam a subir. A empresa aumentou em 10,3% no primeiro trimestre.

Já a Nestlé aumentou os preços em 9,8% durante o trimestre. O CEO, Mark Schneider, disse que os consumidores europeus têm sido mais “resilientes” do que o esperado.

Não é claro quando é que as empresas vão começar a refletir o abrandamento dos custos nos seus clientes, refere a “Reuters”. Na terça-feira, a britânica Associated British Foods disse que não espera muitos mais aumentos de preço na segunda metade do ano, uma vez que os custos com trigo, óleos de origem vegetal, com fretes e energia começam a recuar.

Já outras empresas, como a Unilever, reconheceram em fevereiro que o sector já ultrapassou o “pico da inflação, mas que ainda não superou o pico dos preços”.

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