[weglot_switcher]

INSA estima que variante do Reino Unido represente 65% dos novos casos nas próximas três semanas

Numa altura em que Portugal regista mais de 200 mortes diárias e 10 mil casos de infeção, o Instituto Ricardo Jorge estima que a variante britânica seja responsável por até 40% dos novos casos. Portugal realizou 450 mil testes em janeiro, o dobro do que foi realizado durante o ano de 2020.
  • Lusa
29 Janeiro 2021, 17h43

Neste momento, a nova variante do Reino Unido representa entre 35 a 40% dos casos confirmados por Covid-19 em Portugal. Esta variante, que se revela ser mais transmissível e até 30% mais fatal, é um dos fatores que tem resultado num aumento exponencial de novas infeções durante o mês de janeiro. Esta sexta-feira, registou 278 mortes e 13.200 casos de Covid-19, um dia depois de ter registado mais de 300 mortes e 16 mil novos casos.

Os dados foram avançados por João Paulo Gomes, especialista do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), esta tarde durante uma audição na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social, no Parlamento.

“Em termos de evolução da prevalência, no inicio de dezembro, era de 1,5%, e neste momento está num crescimento exponencial e estimamos que tenha uma taxa de crescimento, por semana, de 90%”, acrescentou.

Paulo Gomes indica que de acordo com os cálculos do INSA, estima-se que cerca de 65% de todos os casos de Covid-19 em Portugal sejam causados pela variante do Reino Unido, nas próximas três semanas.

“Esta variante é muito mais transmissível, até 50% mais transmissível. Ela neste momento tem um peso muitíssimo elevado no número de casos de Covid-19 em Portugal e funciona como um contrapeso muito considerável às medidas de confinamento”, acrescentou.

Para já, esta é a única variante que assume estas proporções nos números diários. Ainda só existe um caso da variante da África do Sul e, embora não tenha sido ainda detetada, os responsáveis do INSA não asseguram que a estirpe brasileira já não esteja a circular em Portugal.

450 mil testes. Portugal testou mais em janeiro do que no ano todo de 2020

No dia 22 de janeiro, Portugal registou um recorde de testes realizados: cerca de 77 mil realizados num só dia. Esse valor, ultrapassou a médica registada em dezembro, altura em que o país fez cerca de 34 mil testes por dia.

Os dados foram avançados por Cristina Abreu Santos, vogal do Conselho diretivo do Instituto Ricardo Jorge, que adiantou ainda que na terceira semana de janeiro, as unidades de saúde e laboratórios em Portugal realizaram 450 mil testes semanais.

“Em todo o ano de 2020, o máximo que tínhamos feito por semana tinha sido 286 mil testes”, disse a responsável, esta sexta-feira, na sua intervenção. “Passamos desse máximo para a 450 mil testes em janeiro. A capacidade de testagem e o seu reforço tem sido evidente e progressiva graças a um esforço do público-privado”, explicou.

Portugal situa-se neste momento em quinto entre os países da União Europeia que mais testes realizam por milhão de habitantes.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.