Ministro das Relações Exteriores iraniano acredita que as negociações no Catar são “positivas”, mas o lado ocidental parece não comungar do mesmo estado de espírito, tanto os Estados Unidos como a Europa.
O ministro das Relações Exteriores do Irão, Hossein Amir-Abdollahian, insistiu esta quinta-feira que o regresso do Acordo Nuclear de 2015 com as principais potências continua viável, apesar de uma avaliação negativa dos Estados Unidos.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que as negociações de proximidade mediadas pela União Europeia na capital do Catar, Doha, foram concluídas na quarta-feira “sem qualquer progresso”.
Mas Amir-Abdollahian disse acreditar que um acordo ainda pode ainda ser alcançado. “Estamos determinados a continuar a negociar até que um acordo realista seja alcançado”, disse, após um contacto com o seu homólogo do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, que sediou as conversas indiretas. “Insisto no facto de que estamos a fazer esforços sérios para chegar a um acordo sólido e duradouro”, disse, citado pelas agências internacionais.
Mas a pouca esperança num acordo também surge da parte da União Europeia. Segundo a imprensa internacional, Grã-Bretanha, França e Alemanha (países que, com a Rússia e a China, assinaram o acordo de 2015) emitiram uma declaração conjunta dizendo que a equipa de negociação da república islâmica fez novas exigências claramente irreais e exigindo que Teerão faça uma proposta credível.
A declaração afirma que, se essa nova e realista proposta não surgir de imediato, as negociações seriam fechadas. Os três países europeus exigem também Teerão que acabe com as tensões em torno do assunto e se abstenha de fazer atos que se confundem com provocações por não haver ainda uma aceitação dos seus pontos de vista.
Segundo tudo leva a crer, e apesar de nenhuma das partes ter anunciado uma calendarização, é possível que os dois lados ainda venham a encontrar-se. ‘Encontrar-se’ é um eufemismo. As delegações do Irão e dos Estados Unidos estiveram sentadas em salas diferentes, o que obrigou os representantes da União Europeia a circularem entre as duas divisões para levarem propostas e contra-propostas!
