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Iraque. Violência regressa às ruas de Bagdad

Apoiantes de clérigo xiita Muqtada Al-Sadr entraram em confronto com forças de segurança iraquianas na capital, fazendo regressar a violência, depois de algumas semanas de paz política.
28 Setembro 2022, 17h27

Apoiantes do líder religioso xiita do Iraque, Muqtada al-Sadr, tentaram esta quarta-feira invadir mais uma vez a área governamental da Zona Verde de Bagdad enquanto o parlamento iraquiano realizava uma sessão sobre a renúncia do seu presidente. Segundo a Al Jazeera, que se encontra no local, os manifestantes atiraram pedras sobre as forças de segurança tentaram entrar no edifício.

Desta vez, o problema é que o presidente do parlamento está a tentar quebrar a aliança com Muqtada al-Sadr para se juntando à aliança rival, que está a tentar formar uma nova coligação que consiga eleger um novo primeiro-ministro e um novo governo com apoio parlamentar – onde o líder xiita, desalinhado com o Irão, não tem representação, depois de todos os seus deputados terem abandonado a estrutura.

O confronto entre as forças de segurança e os apoiantes de al-Sadr ocorre quase um mês após o início dos combates entre milícias que apoiam al-Sadr e outras que suportam os seus rivais xiitas. Os confrontos ocorreram inicialmente a 30 de agosto e deixaram mais de 30 mortos.

O bloco de Al-Sadr foi o mais votado nas eleições parlamentares de outubro passado, mas não conseguiu formar um governo maioritário, pelo que o seu líder ordenou que renunciasse em massa ao parlamento, o que aconteceu em junho.

De então para cá, Al-Sadr pede insistentemente a dissolução do parlamento e a marcação de eleições antecipadas, coisa que a fação contrária, também xiita e apoiada pelo Irão, se recusa a admitir.

Como a história recente do Iraque demonstra que é mais fácil a eclosão de violência armada que a resolução dos problemas por via eleitoral e parlamentar, os observadores internacionais, ONU e União Europeia incluída, têm-se desdobrado nos apelos à contenção e à negociação política – mas tudo indica que as forças iraquianas estão perto de optar pela tradicional solução mais fácil.

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