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Irmã de Kim Jong Un chama “estranhos” aos responsáveis sul-coreanos depois de dúvidas sobre o seu estatuto político interno

A irmã do ditador, que foi apontada repetidas vezes como a provável primeira mulher ditadora da história, parece ter visto a sua ascensão na hierarquia norte-coreana abrandada. Ainda assim, não se tratará de uma purga, como sucedeu com outros familiares do líder.
14 Janeiro 2021, 17h35

Kim Yo Jong, a irmã mais nova do líder norte-coreano Kim Jong Un, criticou os seus homólogos sul-coreanos depois destes avisarem de uma provável parada militar em Pyongyang no passado domingo, mas aquela que chegou a ser apontada como a herdeira da dinastia Kim parece ter sido despromovida dentro da hierarquia atual, segundo vários analistas com conhecimentos naquela que é uma das ditaduras mais fechadas do mundo.

A irmã do ditador figura como membro suplente do Politburo norte-coreano desde o ano passado e a expectativa era que visse esse estatuto passar a permanente este ano. A confirmação deveria chegar esta semana, durante o Congresso do Partido dos Trabalhadores de Kim, evento no qual foram proferidas as declarações de Kim Yo Jong sobre as autoridades sul-coreanas.

“Só realizamos uma parada militar na capital, não foram exercícios militares a visar ninguém nem o lançamento de nada. Não percebo porque se dão ao trabalho de seguir o que se passa no Norte”, afirmou, referindo-se ainda aos sul-coreanos como “um grupo estranho” e “difícil de compreender”, numa declaração divulgada pela agência de notícias estatal que a Associated Press (AP) cita.

Este evento figurou Kim Yo Jong nos lugares reservados para a liderança, o que parecia confirmar a esperada nomeação da irmã do líder para o centro de decisões políticas do “Reino Eremita”, mas a surpresa surgiu quando o seu nome não figurava nas listas divulgadas para a composição do Politburo esta terça-feira, quando fechou o congresso.

Rumores iniciais de um possível afastamento ou purga, como aconteceu anteriormente com outros familiares politicamente influentes de Kim Jong Un, não parecem muito prováveis.

Ao invés, um analista do Instituto Sul-Coreano para a Unificação Nacional aponta para as preocupações que geram a conversa de uma possível sucessão ao atual líder, sobretudo dados os seus problemas de saúde, o que o levou a abrandar a ascensão da irmã, conforme reporta a AP.

Um forte indicador que Kim Yo Jong se mantém próxima do centro do poder é que continua a fazer parte do comité central do partido. Contudo, sinais como o facto de ter sido identificada na transmissão das suas declarações para com a Coreia do Sul com um cargo inferior ao que anteriormente lhe era creditado apontam para uma clara despromoção daquela que foi apontada como a provável primeira mulher ditadora da história.

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