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Isabel dos Santos levanta mais de 230 milhões de euros antes de ver conta congelada

Sete horas antes de os bens da Vidatel serem congelados por ordem judicial, Isabel dos Santos terá transferido mais de 230 milhões para contas pessoais.
  • Reuters
13 Dezembro 2017, 08h55

O tribunal das Ilhas Virgens Britânicas emitiu uma ordem para congelar os bens da Vidatel, a empresa através da qual a filha do antigo presidente de Angola, Isabel dos Santos, controla 25% da Unitel, no BPI. No entanto, sete horas antes de os bens da empresa serem congelados por ordem judicial, Isabel dos Santos terá transferido mais de 230 milhões para contas pessoais.

Segundo avança o jornal ‘Público’, o tribunal considera que “a senhora dos Santos demonstrou falta de franqueza” ao incorrer em incumprimento da ordem judicial emitida. O magistrado do Supremo Tribunal das Caraíbas Orientais (STCO), Barry Leon, considera que o caso foi sobretudo grave tendo em conta que o desvio do dinheiro teve como destino contas privadas da angolana.

A decisão de congelar as contas da Unitel foi emitida a 9 de outubro de 2015 pelo tribunal, depois de a operadora brasileira Oi ter apresentado um pedido urgente de congelamento dos bens da empresa como medida cautelar enquanto aguardava a conclusão do processo arbitral contra os parceiros angolanos da Unitel. Em causa estava o risco de “dissipação dos bens” da Vidatel.

Fonte da Unitel garante, no entanto, que “nenhuma transação financeira ilegítima ou ilegal foi realizada pela Unitel ou por Isabel dos Santos”.

Após depoimentos e trocas de documentação entre Isabel dos Santos e as autoridades, o juiz concluiu que “o timing e os propósitos indicariam que as transferências não se destinaram a contornar as ordens do tribunal”. A ordem de transferência foi realizada após as três da tarde, hora portuguesa, ou seja, sete horas antes de a ordem de congelamento ter sido emitida, concluiu o tribunal.

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