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ISEG vê economia a crescer entre 2,5% e 4,5% este ano, dependendo do controlo da pandemia

Economistas do ISEG esperam um decréscimo em cadeia e homólogo do PIB no primeiro trimestre, mas “relativamente mais moderado”. As projeções de crescimento da economia na totalidade do ano estão associadas ao controlo da pandemia.
4 Fevereiro 2021, 12h53

A partir do primeiro trimestre, a economia portuguesa poderá regressar a um crescimento em cadeia se os esforços para controlo da pandemia forem bem sucedidos. A expectativa é dos economistas do ISEG, que projetam um crescimento homólogo para a globalidade do ano entre 2,5% e 4,5%, apesar do confinamento decretado no início do ano.

“Admite- se que a resposta da economia será, inicialmente, relativamente rápida e robusta, mas o ritmo de crescimento será muito provavelmente marcado pelo maior ou menor controle da evolução da pandemia”, refere o grupo de análise económica do ISEG, na síntese de conjuntura de janeiro, publicada esta quinta-feira.

Os economistas da instituição explicam que no intervalo de projeção, o limite inferior resulta “de maiores dificuldades na frente sanitária” e o limite superior pressupõe “uma evolução mais favorável do controlo da pandemia”.

“A partir do primeiro trimestre, num cenário plausível de melhorias progressivas e sustentadas no controlo da pandemia, a economia deverá regressar ao crescimento em cadeia de forma mais regular e sustentada”, antecipam.

Salientam ainda o impacto negativo das medidas de confinamento, mas antecipam que deverá “ficar longe do registado no segundo trimestre de 2020”, justificando que apesar das medidas de restrição serem semelhantes ao implementado em março do ano passado, por outro lado, “já existe agora experiência e conhecimento, nas empresas que podem continuar a laborar, para lidar com estas situações de forma mais eficiente e evitar as paragens e disrupções da cadeia produtiva que ocorreram no primeiro confinamento”.

“Assim, admitindo-se como mais provável um decréscimo em cadeia e homólogo do PIB no primeiro trimestre ele deverá ser relativamente mais moderado”, frisam.

Os analistas também destacam que a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) que aponta para um crescimento do PIB de 0,4% em relação ao trimestre anterior, tendo diminuído 5,9% em termos homólogos, a que correspondeu uma variação homóloga de -7,6% para a totalidade do ano de 2020, “surpreendeu pela positiva”. Realçam, assim, que os dados ficaram “bastante acima do esperado sobretudo se tivermos em conta as limitações de funcionamento impostas em alguns setores de atividade a partir do início de novembro”.

Assinalam ainda que apesar “de um contributo claramente negativo” da procura externa líquida, em termos anuais a dimensão da queda do PIB anual “teve a sua principal origem na dimensão das quedas do consumo privado e do investimento”.

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