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ISIS: Ascensão e queda do califado islâmico

Em janeiro de 2015, no auge da expansão, o Estado Islâmico controlava 90 mil quilómetros quadrados. Mais tarde ficou reduzido a uma estreita faixa junto à fronteira da Síria.
  • Erik de Castro/Reuters
27 Outubro 2019, 13h16

Quando a 22 de junho de 2017 foram transmitidas pelas televisões de todo o mundo as imagens da implosão do minarete da grande mesquita de al-Nuri, em Mossul, os analistas interpretaram como um sinal de capitulação do ISIS, acrónimo em inglês de Estado Islâmico do Iraque e da Síria – ou Daesh, o acrónimo em árabe –, como se identificava o grupo religioso sunita jiadista que chegou a conquistar e controlar uma área maior do que Portugal, no Iraque e na Síria.

Para o ISIS, mais do que um local religioso, era um símbolo: foi ali que Abu Bakr al-Baghdadi decidiu, a 4 de julho de 2014, nas orações da primeira sexta-feira do Ramadão, declarar-se califa, incentivando os muçulmanos de todo o mundo a obedecer-lhe como líder do califado. A reação não se fez esperar. Uma improvável coligação de países uniu-se para tentar destruir esta ameaça: Irão e Iraque e Estados Unidos da América e Rússia, árabes e Israel.

Os ataques aéreos começaram em setembro de 2014 e a coligação liderada pelos Estados Unidos fez mais de 14 mil raides desde essa altura, na Síria. A Rússia também o fez. No terreno, todas as frentes são reforçadas. Em 2015, Tikrit é recuperada; seguem-se Ramadi e Falluja e, apesar do intensificar dos atentados terroristas, em 2016 é anunciada a ofensiva por Mossul, com 100 mil homens, entre forças iraquianas, combatentes peshmerga curdos, sunitas, turcos, yazidis e membros de outras minorias étnicas.

O império do terror começa a desmoronar-se. Surgem notícias (falsas) de que Abu Bakr al-Baghdadi terá sido morto e não substituído. Mais tarde, em 2017, um vídeo do Estado Islâmico a ameaçar Espanha foi divulgado na internet, sendo revelado que o grupo terrorista pretendia recuperar a Al-Andalus (Península Ibérica) e devolver aos cristãos espanhóis o sangue derramado dos muçulmanos pela inquisição espanhola.

“Vingaremos a vossa matança, a que estão a fazer agora com o Estado Islâmico”, pode ouvir-se no vídeo, o primeiro do género a circular em castelhano, onde surgem imagens dos atentados de Barcelona, em que uma carrinha entrou pelas Ramblas e atropelou mais de uma centena de pessoas.

Agora poderá ter sido mesmo o fim para Abu Bakr al-Baghdadi. O líder do grupo extremista Estado Islâmico terá morrido numa operação militar na Síria, noticiaram alguns ‘media’ norte-americanos. Trump vai fazer hoje uma intervenção “muito importante” a partir da Casa Branca, revelou o porta-voz Hogan Gidley. O mundo está à espera.

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