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Itália cada vez mais próxima de eleições antecipadas

O ex-primeiro ministro Matteo Renzi defende eleições já no outono para diminuir a incerteza nos mercados, mas as declarações tiveram o efeito contrário.
30 Maio 2017, 10h35

Os italianos poderão voltar às urnas mais cedo que o previsto com os principais partidos em Itália a preparem-se já para eleições. Um dos defensores de eleições legislativas no próximo outono é o ex-primeiro ministro Matteo Renzi, que acredita que quanto mais cedo menor a incerteza para os mercados.

Os partidos italianos estarão a preparar um acordo que permita antecipar as eleições, segundo noticia a agência Bloomberg. O projeto de lei que será discutido no próximo mês pode eliminar o período de espera que faria com que as eleições acontecessem apenas no início de 2018.

“Está a crescer o momentum entre os líderes políticos que estão a pressionar para a marcação de eleições antecipadas, mas será uma batalha difícil contra o presidente e o parlamento”, explicou o professor de governança na Universidade Luiss-Guido Carli em Roma, em declarações à Bloomberg.

A última palavra será do presidente italiano Sergio Mattarella que tem poder de dissolver o parlamento antecipadamente. No entanto, Mattarella tem dado sinais de que prefere manter o governo de Paolo Gentiloni, aliado de Renzi, até ao início do próximo ano.

“As preocupações de Mattarella são compreensíveis, mas Renzi não quer ser o bode expiatório da raiva dos eleitores”, disse o presidente da Universidade John Cabot em Roma, Franco Pavoncello. “Se o partido de Gentiloni passar a lei de orçamento, que é provável que seja difícil e pouco popular, o partido 5 Stelle poderia ser beneficiado, contra Renzi”.

A atual legislatura já teve três governos diferentes, sendo que Renzi resignou em dezembro, depois da derrota num referendo que propunha mudanças constitucionais e uma reforma dos poderes do parlamento italiano.

O ex-primeiro ministro está agora a tentar regressar à política, tendo defendido no domingo, em entrevista ao jornal il Messaggero, que se realizem eleições antecipadas no outono, na mesma altura das eleições na Alemanha, para evitar um impacto negativo nos mercados.

No entanto, as declarações tiveram o efeito contrário e as taxas de juro das obrigações italianas a 10 anos a subir oito pontos base para 2,18%. A diferença face à yield das obrigações alemães aumentou para o valor mais alto desde o início do mês, enquanto a bolsa italiana fechou a cair 2%.

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