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Itália. Salvini manterá posição do país em relação à Rússia se governar

O líder do partido da extrema-direita italiana Liga, Matteo Salvini, afirmou esta terça-feira que, se governar após as eleições de 25 de setembro, não mudará a posição internacional de Itália em relação à Rússia devido à invasão da Ucrânia.
23 Agosto 2022, 18h27

Salvini emitiu estas declarações depois de a esquerda italiana ter acusado a direita das suas relações próximas com Moscovo.

“Quanto à Ucrânia, a Liga fará o que fazem outros países democráticos e ocidentais. Seja qual for o resultado das eleições [legislativas antecipadas], a posição internacional de Itália não se alterará”, sustentou Salvini num encontro em Rímini, no norte de Itália.

O líder da extrema-direita italiana considerou que as sanções impostas pela União Europeia (UE) à Rússia não estão a produzir os resultados esperados, porque a economia russa não está a sofrer o impacto e pediu que “a utilidade do instrumento” seja avaliada: “Se funciona, continuamos em frente, mas se tiver o efeito contrário, arriscamo-nos a continuar durante dez anos”, argumentou.

“Não gostaria que as sanções alimentassem a guerra. Espero que em Bruxelas façam uma reflexão”, concluiu.

As palavras de Matteo Salvini surgem depois de recentemente o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, ter pedido aos europeus que castiguem os seus Governos por sancionarem Moscovo após a invasão da Ucrânia, declarações que foram duramente criticadas pela esquerda em Itália, perante o silêncio da coligação de direita, formada pela Liga, os Irmãos de Itália (FdI, força ultranacionalista dirigida por Giorgia Meloni) e o conservador Força Itália, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

“Nas urnas, gostaríamos de ver os cidadãos europeus não só expressar o seu descontentamento com as ações dos seus Governos, como também pedir-lhes contas, castigando-os pela sua evidente estupidez”, disse Medvedev nas redes sociais.

Os progressistas do Partido Democrata (PD) pediram a todos os grupos políticos italianos que se distanciem desse “grave ato de ingerência”, ao passo que o ministro dos Negócios Estrangeiros e fundador da formação Empenho Cívico, após a sua saída do Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi Di Maio, disse que essa intromissão era “preocupante”.

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