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Itália: seis rondas em cinco dias ainda não chegaram para eleger um presidente

Chegou a ser possível um entendimento entre os principais partidos para que, no final do dia, a Itália soubesse quem é o seu 13º presidente. Mas, ao cabo de duas votações no mesmo dia, tudo permanece em total confusão.
28 Janeiro 2022, 20h23

Havia uma pequena hipótese de as votações desta sexta-feira para a presidência e Itália (duas), resultassem na eleição do 13º presidente do país, mas não foi isso que sucedeu. Tal como aconteceu nos cinco escrutínios anteriores – que ocuparam todos os dias da semana que agora acaba – as abstenções, principalmente se soladas aos votos mulos, ganharam largamente a maioria.

Numa fase em que 505 votos (metade mais um do colégio eleitoral de 1.009 elementos) já chegam para eleger um presidente, Elisabetta Casellati, que tentava agregar os votos da direita e da extrema-direita, não ficou muito longe: na primeira votação desta sexta-feira de manhã, atingiu os 384 votos – num quadro em que até o nome de Silvio Berlusconi apareceu com alguns votos. A figura de Casellati desapareceu na segunda votação do dia, para surgir novamente em destaque o nome do atual presidente, demissionário, Sergio Mattarella, que agregou em seu torno um pouco mais de três centenas de votos.

Agora, como diz a imprensa italiana, chegou a hora de negociar. Aparentemente, é isso que fazem de forma mais ou menos ininterrupta há cinco dias os principais líderes partidários. Que se desdobram em declarações um pouco por todo o lado, baralhando toda a gente e até a si próprios: face às dúvidas de que o líder do Partido Democrático, Enrico Letta, se teria ou não encontrado com o líder da extrema-direita da Liga, Matteo Salvini, a imprensa decidiu perguntar se o encontro tinha mesmo acontecido; um disse que sim, o outro que não! Aparentemente, um deles estaria enganado.

Para apaziguar, a tarde desta sexta-feira ficou marcada por mais uma reunião (se é que aconteceu) entre Enrico Letta, Giuseppe Conte, líder do Movimento 5 Estrelas (M5S) e Matteo Salvini. “Finalmente começámos a conversar, discutimos franca e abertamente, mas estamos apenas no começo. Este Parlamento só pode chegar a um amplo entendimento”, disse Letta.

E Matteo Salvini anunciou: “Em breve teremos uma presidente inteligente”, palavras que imediatamente fazem pensar, diz a imprensa, na candidatura de Elisabetta Belloni, uma diplomata ligada aos serviços secretos que poderia ter o apoio de Conte e de Giorgia Meloni. Líder dos Irmãos d’Itália. “Uma presidente mulher é possível, por parte do M5S haverá unidade”, disse Conte.

Mas como o nome da possível presidente mulher nunca foi dito, a confusão continua para o fim-de-semana.

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