“It’s show time”. É este o título do próximo evento da Apple, marcado para a próxima segunda-feira, dia 25, no Steve Jobs Theater, a mítica sala da sede de Cupertino, na Califórnia, onde a empresa costuma anunciar os seus novos produtos. Até aqui nada de novo, não fosse o facto de a gigante tecnológica dedicar um evento inteiro para anunciar novos serviços.
Depois de esta semana ter apresentado upgrades aos produtos iPad Mini, iPad Air, iMac e AirPods, Tim Cook, o CEO da Apple, convidou uma série de personalidades para o evento de segunda-feira – desde jornalistas, analistas e atores. A Apple “vai apresentar a sua visão” para os serviços de televisão, refere o “Financial Times”.
Ao que tudo indica, a fabricante de smartphones pretende reforçar a sua aposta na indústria dos media, onde já está presente com a Apple TV (e tem uma app com o mesmo nome). Segundo noticia o diário britânico, Tim Cook vai apresentar um serviço focado nas escolhas pessoais de cada um. E, para tal, investiu alguns milhões de dólares para desenvolver conteúdos originais e de qualidade elevada.
Em junho de 2017, a Apple contratou dois altos executivos da Sony Pictures Television para aprimorarem a oferta dos serviços de televisão da empresa. Tim Cook atribuiu-lhes um orçamento de mil milhões de dólares para contratarem alguns dos mais conhecidos atores, realizadores e produtores de Hollywood. Esperam-se conteúdos com o selo dos realizadores Steven Spielberg e J.J. Abrams.
O Financial Times também apurou que uma das séries será baseada na epopeia de ficção científica de Isaac Asimov, a série Fundação. E o realizador do filme “Sexto Sentido”, M. Night Shyamalan, terá aceitado o convite para realizar um thriller. Espera-se ainda que as atrizes Jennifer Aniston e Reeser Witherspoon integrem o elenco de alguns conteúdos que estarão disponíveis na Apple TV.
A Apple aposta assim em conteúdos de luxo, capaz de atrair procura e de aumentar fontes de receita para a empresa, de forma a tornar-se menos dependente das vendas dos iPhones. A Apple tem o objetivo que os serviços alcancem os 50 mil milhões de dólares em 2020.
Os analistas estimam que a subscrição do serviço de vídeo custará entre os dez e os quinze dólares por mês. No entanto, em Wall Street permanece o ceticismo em torno do potencial da rentabilidade do serviço de televisão da tecnológica.
Numa nota enviada a clientes, os analistas do Goldman Sachs revelaram que mesmo que a Apple consiga 20 milhões de pessoas a subscrevem ao serviço, a Apple iria arrecadar 3,6 mil milhões de dólares por ano, o que corresponde a cerca de 1% da faturação total da empresa no ano passado.
No entanto, a Apple tem desenvolvido negociações para estabelecer parcerias com redes televisivas para e estúdios com o objetivo de passarem os filmes e as séries originais com o selo da maçã.
A Netflix foi abordada mas recusou. Em declações à Business Insider, o CEO da plataforma de streaming, Reed Hasting, disse que preferia continuar a desenvolver os seus próprios conteúdos.
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