[weglot_switcher]

Jamal Khashoggi foi o 28º jornalista assassinado em 2018

Ao todo já morreram 45 jornalistas em serviço durante o ano de 2018. Segundo os dados do Committee to Protect Journalists, 28 foram assassinados, nove morreram sob “fogo cruzado” e oito em “trabalho perigoso”. O país mais perigoso é o Afeganistão, onde já morreram 12 jornalistas este ano. Khashoggi era incómodo para o regime saudita e terá sido “cortado em pedaços”.
24 Outubro 2018, 22h38

Jamal Khashoggi, jornalista de nacionalidade saudita, foi assassinado no dia 2 de outubro de 2018, no interior do consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia. O regime da Arábia Saudita começou por negar o homicídio, mas duas semanas depois acabou por reconhecer que Khashoggi morreu no edifício do consulado saudita.[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/jornalistas-mortos/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”836″ slug=”jornalistas-mortos” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/jornalistas-mortos/thumbnail?version=1539798980304&locale=pt-PT&publisher=www.jornaleconomico.pt” mce-placeholder=”1″]

“Investigações preliminares realizadas pelo Ministério Público sobre o desaparecimento cidadão saudita Jamal bin Ahmad Khashoggi revelaram que discussões, ocorridas entre ele e as pessoas que se encontravam com ele durante a sua presença no consulado saudita em Istambul, levaram a uma luta com o cidadão, Jamal Khashoggi, que causou a sua morte. Que a sua alma descanse em paz”, comunicou a agência oficial de notícias SPA, no dia 20 de outubro, citando procuradores do reino saudita envolvidos nas investigações.

Três dias mais tarde, as autoridades turcas encontraram os restos mortais de Khashoggi no jardim da casa do cônsul saudita em Istambul. O corpo estava “desmembrado” e o rosto “desfigurado”, reforçando a tese das autoridades turcas: o jornalista terá sido “cortado em pedaços” e depois retirado do consulado saudita. No mesmo dia em que o corpo foi encontrado, aliás, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, discursou no Meclis (Parlamento) para revelar “toda a verdade” sobre o homicídio do jornalista: um “crime selvagem” que foi “planeado com dias de antecedência”, segundo Erdoğan.

Khashoggi trabalhava como correspondente do jornal norte-americano The Washington Post, depois de ter saído da Arábia Saudita em junho de 2017, onde foi editor da estação televisiva Al-Arab News Channel e do jornal Al Watan. Era um jornalista incómodo para a Casa de Saud, na medida em que publicava artigos críticos do regime saudita, nomeadamente sobre a intervenção militar no vizinho Iémen. As autoridades turcas e norte-americanas suspeitam que o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, terá sido o mandante do homicídio. Salman nega e diz que se trata de “um crime hediondo que não pode ser justificado”.

De acordo com os dados compilados pelo Committee to Protect Journalists (CPJ), Khashoggi foi o 45º jornalista morto em serviço durante o ano de 2018. Ao todo foram assassinados 28 jornalistas, enquanto nove morreram devido a “fogo cruzado” e oito no decurso de “trabalho perigoso”. O país mais perigoso é o Afeganistão, onde já morreram 12 jornalistas (10 assassinados e dois em “trabalho perigoso”) este ano. Seguem-se a Síria (sete), EUA (quatro), México (quatro), Iémen (três), República Centro-Africana (três), Índia (três) e Colômbia (dois). Em 2017, o CPJ registou um total de 46 jornalistas mortos em serviço.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.