“Famílias têm de se preparar para reembolso de IRS menor em 2024”, alerta fiscalista Pedro Montez

Acaba de chegar ao terreno uma mudança no IRS que fará crescer os salários líquidos que os portugueses recebem todos os meses, mas encolher os reembolsos que serão apurados na primavera do próximo ano. Em causa está a mudança nas tabelas de retenção na fonte, que deixam de ter taxas únicas e passam a ter taxas marginais, uma mudança positiva e que até “já vem tarde”, sublinha Pedro Montez, consultor fiscal e legal watch manager da Cegid.

Em entrevista ao Jornal Económico, o especialista explica o que vai mudar e admite que o novo modelo é mais complexo do que vigorou até aqui, mas garante que, “no final das contas, será transparente para os contribuintes”. Pedro Montez realça ainda que as empresas tiveram de adaptar os seus sistemas de pagamentos de ordenados a esta nova realidade, processo que correu bem. Daí que esteja convencido que os vencimentos de julho sejam são na sua maioria processados em conformidade com as novas regras.

Importa notar que estas mudanças abrangem apenas os trabalhadores dependentes e os pensionistas. “Os trabalhadores independentes não estão incluídos”, confirma Pedro Montez, que defende que faria sentido fazer a revisão desse modelo. “É um processo que tem de ser muito bem pensado, sob pena de falhar”, avisa, ainda assim, o consultor fiscal. O Governo chegou a sinalizar que estava a preparar mudanças nesse sentido, mas até ao momento nada foi anunciado.