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Jerónimo Martins dispara lucros em 47,7% até setembro para 324 milhões de euros

O volume de negócios do grupo nacional de retalho, que detém o Pingo Doce, também cresceu, na ordem dos 7,1%, para 15.206 milhões de euros, enquanto o EBITDA registou também uma trajetória positiva, com um acréscimo de 11,1%, para 1.144 milhões de euros.
  • Foto: Cristina Bernardo
27 Outubro 2021, 18h04

Os lucros do grupo Jerónimo Martins nos primeiros nove meses deste ano dispararam 47,7%, para 324 milhões de euros, em comparação com o período homólogo do ano passado.

O volume de negócios do grupo nacional de retalho também cresceu, na ordem dos 7,1%, para 15.206 milhões de euros, enquanto o EBITDA registou também uma trajetória positiva, com um acréscimo de 11,1%, para 1.144 milhões de euros.

“A visão estratégica de aposta na qualidade a preços competitivos impulsionou, nos nove meses [de 2021], um forte desempenho de vendas e resultados. A Biedronka trabalhou com determinação para melhorar continuamente a sua oferta, inovar nas campanhas comerciais e reforçar a qualidade da sua cadeia de lojas, enquanto mantém uma clara liderança de preço. Este foco, combinado com um ambiente positivo de consumo, impulsionou o crescimento LFL [em bases comparáveis] para 7,8% (+8,1% no terceiro trimestre). Ainda na Polónia, e comparando com igual período do ano passado, a Hebe aumentou as vendas totais em 10,8%, em moeda local, e mais do que duplicou as vendas ‘online’ nos nove meses, mantendo a margem EBITDA estável”, sublinha o comunicado do Grupo Jerónimo Martins enviado esta quarta-feira à CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

O mesmo documento acrescenta que, “em Portugal, o Pingo Doce e o Recheio cresceram vendas e resultados, apesar das restrições no mercado terem impactado o ambiente operacional, particularmente no segmento HoReCa [Hotelaria, Restauração, Cafetaria]. O LFL nos nove meses foi, respetivamente, de 2,1% e 3,2%. A Ara registou um muito bom desempenho de vendas na Colômbia e acelerou o crescimento no terceiro trimestre. O LFL foi de 21,5% nos nove meses e de 39,5% no terceiro trimestre. A combinação de vendas fortes com uma estrutura de custos otimizada levou o EBITDA a melhorar para 15 milhões de euros em relação aos -23 milhões de euros registados nos nove [primeiros] meses de 2020”.

Os responsáveis do Grupo Jerónimo Martins assinalam que a margem EBITDA do Grupo subiu de 7,3% para 7,5% nos nove [primeiros] meses de 2021, “refletindo o sólido LFL consolidado de 7,1%, o ‘mix’ positivo de margem e os ganhos de eficiência, que permitiram limitar o impacto do imposto sobre as vendas de retalho implementado na Polónia”.

“A forte geração de caixa registada nos nove [primeiros] meses de levou o grupo a encerrar o período com uma posição líquida (excluindo resp. com locações operacionais capitalizadas) de 655 milhões de euros”, destaca o mesmo documento, adiantando que “o desempenho nos [primeiros) nove meses [de 2021] reflete a flexibilidade das insígnias para prosseguirem as suas prioridades estratégicas e entregarem resultados em circunstâncias que permanecem marcadas pela incerteza”.

Numa mensagem, o presidente do conselho de administração do Grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, assinala que “as nossas insígnias terminaram os nove meses do ano com posições de mercado mais fortes, em resultado da consistência do trabalho desenvolvido para consolidar liderança em preço e qualidade”.

“A Biedronka manteve um forte dinamismo na procura de oportunidades para entregar mais valor aos seus clientes, para melhorar a oferta e a experiência de compra da marca, reforçando a aposta no online e entregando crescimento, enquanto preserva a sua rentabilidade. Em Portugal, o Pingo Doce e o Recheio aumentaram vendas e resultados, apesar das circunstâncias de mercado se terem mantido exigentes, sobretudo até julho, com a circulação de pessoas a permanecer baixa e um sector HoReCa ainda muito fragilizado. Na Colômbia, o bom desempenho ao longo dos nove meses, tanto em vendas como em EBITDA, demonstra a força do posicionamento competitivo da Ara e o potencial vencedor do seu modelo de negócio, num país onde o acesso económico a bens alimentares de qualidade ainda é difícil para a maioria da população”, resume este responsável.

Pedro Soares dos Santos realça ainda que, “a dois meses do final do ano, com a época do Natal a aproximar-se e mesmo com a certeza em torno da evolução da pandemia, os resultados já conseguidos reforçam a nossa confiança de que atingiremos os objetivos de crescimento traçados para o ano.”

“Prevalecendo ainda alguma incerteza relativamente à evolução da pandemia no outono e inverno, todas as nossas insígnias estão preparadas para se adaptar às circunstâncias e encontrar novas vias de crescimento para entregar mais um ano de forte desempenho (…). Em Portugal, onde as restrições de circulação e funcionamento foram levantadas em outubro, o Pingo Doce manterá o investimento na diferenciação da oferta, alavancando nas categorias estratégicas de frescos e ‘take away’, e na retoma dos restaurantes, para sustentar o crescimento. Também o Recheio saberá beneficiar da lenta recuperação do canal HoReCa, enquanto trabalha para crescer as suas vendas no segmento do retalho tradicional. Na Colômbia, apesar da fragilidade da envolvente socioeconómica, a Ara tem registado um desempenho muito promissor, que traduz a força da sua proposta ao consumidor e a adequação do seu modelo de negócio. Comprometida com o esforço de expansão, a insígnia somará mais de 100 novas lojas à cadeia no corrente ano. O programa de ‘capex’ [investimento] deverá cifrar-se em c. 650 milhões de euros, dos quais c. 60% a serem investidos na Biedronka”, assegura o presidente do conselho de administração do Grupo Jerónimo Martins.

No entender deste responsável, “a preservação da solidez do balanço permite-nos continuar a investir em crescimento, num contexto em que os efeitos da pandemia diminuem, mas a incerteza permanece”.

“Além disso, mantemos também a flexibilidade para aproveitar as oportunidades de crescimento que possam surgir, em linha com a nossa visão estratégica. Na Polónia, continuou no terceiro trimestre a reabertura faseada do país iniciada no segundo trimestre, após o período de confinamento vivido nos primeiros meses do ano. O limite de uma pessoa por 10 m² para lojas com área acima dos 100 m² vigorou durante o período”, destacou o chairman da dona do Pingo Doce.

“Em Portugal, a reabertura progressiva do país começou em abril. No início do terceiro trimestre, a limitação ao número de pessoas permitidas dentro das lojas manteve-se num máximo de cinco pessoas por 100 m², tendo sido aumentado para oito pessoas por 100 m² a partir do final de agosto. Em julho, nos municípios de maior risco, impuseram-se limites ao horário de funcionamento das lojas, restaurantes e cafetarias. Bares e estabelecimentos noturnos permaneceram encerrados durante o terceiro trimestre. Na Colômbia, assistimos, no terceiro trimestre, ao aliviar da frequência das restrições intermitentes em vigor durante o segundo trimestre para controlar o número de infeções”, resume Pedro Soares dos Santos.

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