[weglot_switcher]

#JeSuisIkea: Suecos respondem ao “atentado” inventado por Donald Trump

Depois de a conselheira do novo presidente norte-americano, Kellyanne Conway, ter invocado o “massacre de Bowling Green”, foi a vez de Donald Trump justificar as suas políticas anti-imigração recorrendo a um atentado que não aconteceu.
  • Carlos Barria/REUTERS
20 Fevereiro 2017, 12h43

A comemorar um mês à frente da Casa Branca, o presidente norte-americano, Donald Trump, protagonizou este fim-de-semana uma nova polémica no capítulo das famosas “verdades alternativas”. Durante um comício na Flórida, Donald Trump referiu-se a um suposto ataque terrorista na Suécia ocorrido na sexta-feira, para justificar as medidas anti-imigração. No entanto, este nunca aconteceu e o lapso do presidente está a gerar uma onda de críticas nas redes sociais e há já uma nova hashtag no Twitter: #JeSuisIkea, numa referência à conhecida cadeia de lojas sueca.

Depois de a conselheira do novo presidente norte-americano, Kellyanne Conway, ter invocado o “massacre de Bowling Green”, foi a vez de Donald Trump justificar as suas políticas anti-imigração recorrendo a um atentado que não aconteceu.

“Temos de manter o nosso país a salvo. Vejam o que está a acontecer na Alemanha, vejam o que aconteceu na noite passada, na Suécia”, alertou o presidente perante cerca de nove mil pessoas, num comício em Melbourne, na Flórida, no último sábado. “A Suécia. Quem é que havia de acreditar numa coisa desta? A Suécia”.

A alusão ao suposto “atentado” originou confusão entre os espetadores e o lapso do presidente não tardou a ser parodiado nas redes sociais. Entre as várias reações conta-se a do antigo primeiro-ministro sueco, Carl Bildt, que questiona o que teria o presidente norte-americano “andado a fumar”.

Entre os internautas, há quem peça uma vígilia à porta da loja sueca Ikea e quem afirme que “Trump conseguiu claramente por o mundo a falar dos problemas na Suécia. O encobrimento não vai resultar”.

Também a filha de Bill e Hillary Clinton, Chelsea, pergunta “o que terá acontecido na Suécia na sexta-feira à noite? Apanharam os autores do Massacre de Bowling Green”, referindo-se ao polémico lapso da conselheira de Donald Trump, Kellyanne Conway.

Através do Twitter, o presidente norte-americano explicou que o “atentado” na Suécia, a que se referiu durante o comício, foi transmitido pela Fox News, o único canal que, no seu critério, não conta mentiras. A cadeia televisiva veio esclarecer que o programa transmitido na sexta-feira à noite era uma entrevista ao realizador Ami Horowitz, que tem dedicado à escalada de violência na Suécia nos seus documentários.

 

A administração Trump quer fazer avançar a qualquer custo a famosa “muslim ban”, que proíbe a entrada a todos os emigrantes vindos de sete países de maioria muçulmana. A medida foi vetada por três vezes pela justiça norte-americana, mas Donald Trump já prometeu reverter a anulação do decreto.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.