É a vez de Joacine Katar Moreira, que começa por afirmar que a medida mais eficaz de combate à pandemia é “o aumento do salário mínimo nacional para os 900 euros” por funcionar como uma “bomba de oxigénio”.
“Não se pode exigir confinamento se a questão da habitação não estiver resolvida quando as pessoas não têm dificuldade em satisfazer necessidade de aquecimento, alimentares”, explica a deputada não inscrita, esta quarta-feira, durante o debate na Assembleia da República sobre a renovação do novo estado de emergência que deverá vigorar a partir desta quinta-feira até 30 de janeiro, frisando que “a pandemia da pobreza agrava a pandemia sanitária”.
A antiga deputada do Livre adianta que não votará a favor da renovação do estado de emergência, argumentando que “não é essencial para a implementação das medidas mais eficazes”, nomeadamente o reforço ao Serviço Nacional de Saúde, saúde mental, contratação de mais médicos e profissionais de saúde, apoio aos trabalhadores da cultura e trabalhadores independentes. Sem deixar de fora o apoio aos lares de idosos, incluindo os ilegais, e o aos imigrantes.
Por sua vez, a deputada não inscrita Cristina Rodrigues admitiu votar a favor da renovação do estado de emergência e recuperou os valores divulgados na terça-feira pelos especialistas durante a reunião do Infarmed. “Os especialistas alertaram para a possibilidade de se atingir 14 mil casos por dia e que demorará três semanas para baixar para os sete mil e mais três [semanas] para os 3.500. O número de óbitos poderá chegar aos 150”, disse a deputada na última intervenção antes do Governo.
“Não votar contra a renovação do estado de emergência é uma irresponsabilidade”, considerou Cristina Rodrigues. “Todos estamos cansados das medidas restritivas mas não existe alternativa. Precisamos de aliviar a pressão do SNS”, apontou a deputada não inscrita.
Para Cristina Rodrigues, a situação atual “demonstra a necessidade de ter um SNS forte, de investir na contratação de profissionais, de melhorias de infraestruturas e de meios de diagnóstico”, sustentando que o departamento de saúde mental também necessita de intervenção urgente após o fim da pandemia.
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