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João Rendeiro tinha hotéis de cinco estrelas em Joanesburgo como “local habitual de refúgio”

Ex-banqueiro terá sido detido na cidade de Durban, embora o diretor nacional da Polícia Judiciária não tenha revelado o local. Luís Neves garantiu, ainda assim, que o fundador do Banco Privado Português “tinha muitos cuidados e não circulava livremente”.
11 Dezembro 2021, 11h26

O fundador do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, detido na manhã deste sábado na África do Sul, onde se encontrava desde 18 de setembro, tinha como “local habitual de refúgio” hotéis de cinco estrelas na zona financeira de Joanesburgo. Segundo a CNN Portugal, terá sido também numa unidade hoteleira com a mesma classificação, mas na cidade de Durban, que a polícia sul-africana apanhou o ex-banqueiro quando em Portugal eram 05h00.

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, não identificou o local da detenção, dizendo apenas que a polícia sul-africana cumpriu o mandado de detenção internacional numa localização “muito longe de Pretória e de Joanesburgo”, tendo Rendeiro ficado “surpreendido”, pois “não estava à espera” de ser localizado.

Ainda assim, o principal responsável pela força policial de investigação criminal deixou claro, numa conferência de imprensa em que mostrou confiança com a possibilidade de o agora detido ficar em prisão preventiva e vir a ser extraditado para Portugal – onde transitaram em julgado condenações que, em conjunto, acarretam 18 anos de prisão efetiva -, “Rendeiro dizer que não está fugido é patético, no mínimo”.

“São conhecidas várias cidades por onde ele andou para dificultar o cumprimento da detenção. Tinha muitos cuidados e não circulava livremente nesse país”, acrescentou Luís Neves.

O diretor nacional garantiu que a PJ teve “informação e perceção de onde Rendeiro passou até chegar à África do Sul”, após ter saído do Reino Unido quatro dias antes, e acrescentou que “poderia haver saídas e entradas por países na fronteira”.

Também foi revelado por Luís Neves que João Rendeiro tinha uma autorização de residência na África do Sul emitida a 10 de novembro de 2021, na qualidade de cidadão português. Sem responder a perguntas quanto à possibilidade de o ex-banqueiro ter ou estar a requerer dupla nacionalidade, o diretor nacional da PJ disse estar convencido de que “foi um apoio pessoal naquele país que lhe possibilitou esconder-se”.

“Já sabíamos antes de a mulher de Rendeiro o dizer em tribunal que ele se encontrava na África do Sul”, acrescentou Luís Neves, considerando “normal” que esta tenha possa ter mantido contacto com o marido enquanto este se encontrava em fuga à justiça portuguesa.

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