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José Cardoso Botelho: “‘Terras da Comporta’ é um investimento como nunca aconteceu em Portugal”

Nada vai ser como antes na Comporta, promete o CEO da Vanguard Properties ao mostrar as maquetes que deixam vislumbrar a mudança da região através da prática de desporto. Combater a sazonalidade e reter pessoas na região são reptos que este investimento de 65 milhões de euros quer cumprir.
19 Julho 2023, 07h30

Através do desporto, saúde, educação e cultura, a Vanguard Properties quer mudar o paradigma da Comporta e ali criar um cluster desportivo que possa preencher uma lacuna ao nível da prática modalidades como o golfe e o ténis mas também combater a sazonalidade.

Em conversa com o JE, José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, explica a ideia por detrás do projeto que nesta altura começa a ganhar forma, baseado desde a primeira hora na premissa da sustentabilidade. O primeiro campo de golfe (denominado de “Dunas”) já se encontra em ‘soft opening’ e a receber reservas e a 5 de outubro, vai acontecer a abertura oficial com um torneio para marcar a inauguração.

No primeiro trimestre de 2025, será a vez do segundo campo abrir ao público. O “Torre” vai também albergar uma academia que pretende estimular a prática do golfe e do ténis junto dos mais novos, numa continuação lógica daquilo que já é promovido pela Vanguard Properties através do torneio de ténis juvenil Vanguard Stars.

Investimento está projetado em 65 milhões de euros e prevê a criação de cinco mil empregos, um quinto dos quais deverão ser locais. “É um investimento que nunca aconteceu em Portugal”, explica José Cardoso Botelho ao JE.

O projeto “Terras da Comporta” assenta em quatro pilares que pretendem mudar a face daquela região.

O projeto “Terras da Comporta” tem um conjunto de pilares básicos que são essenciais para o seu desenvolvimento: desporto, saúde, educação e cultura. Estes são quatro pilares que vão transformar aquela região dada a dimensão destes investimentos e do seu alcance. Isto vai fazer com que a Comporta mude o seu paradigma atual. A Comporta tem na sua essência uma atividade económica que é muito sazonal e isso fazia com que a atividade fosse muito reduzida em grande parte do ano, promovendo o que se pode designar como ciclo da pobreza baseada em pouca atividade económica que originava a criação de poucos empregos.

A prática de desporto pode mudar esse paradigma na Comporta?

O desporto, a par dos outros pilares, vai permitir com que seja possível transformar este paradigma. Neste caso, os dois loteamentos – o Duna e o Torre – têm como base dois campos de golfe. O campo de golfe do Dunas, que é considerado um projeto de exceção, está concluído e está em fase de pré-abertura. Inúmeros jornalistas internacionais têm vindo a conhecer este novo campo de golfe e as análises têm sido muito interessantes, colocando-o no topo a nível europeu. Esta infraestrutura já está a receber jogadores desde maio. Temos tido uma recetividade excecional, muitos elogios relativamente ao campo e à forma como é desafiante e como está integrado na paisagem. Em relação ao Torre, é um campo diferente: mais técnico, com ‘greens’ mais pequenos e é bom que haja diferenças porque a comunidade golfista gosta de experimentar diferentes campos.

Este campo vai albergar a primeira academia de golfe profissional em Portugal com o nome e o apoio do golfista espanhol Sergio Garcia. O plano é poder abrir esse campo ao público no primeiro trimestre de 2025. Este é também um campo que foi concebido a pensar na sustentabilidade, muito eficiente também na gestão da água.

“O Dunas é uma academia mais social que conta com dez campos de ténis com três tipos de piso: rápido, terra batida e um campo relvado”, explica José Cardoso Botelho ao JE

No fundo, o plano passa por uma oferta tripartida e a possibilidade de prática de 28 modalidades na Comporta.

Os objetivos é que estes dois empreendimentos apresentem uma oferta tripartida: hotelaria, turismo e habitação e depois serão apoiados por uma zona comercial com vários tipos de valências. A par disto, vamos ter as áreas desportivas com possibilidade de praticar 28 desportos nas “Terras da Comporta”, sendo que o objetivo é que algumas atividades possam aproveitar escolas de windsurf e kitesurf e que essas atividades possam prestar serviços aos nossos clientes. Vamos ter campos para a prática do ténis, do paddle e do pickleball (um jogo que está a chegar à Europa). Vamos ter piscina, ginásio, campo multiusos para jogar futebol, basquetebol mas também a possibilidade de praticar atletismo e voleibol de praia.

“O Torre será um pouco diferente já que vai contar com um clubhouse maior. Estará pronto no primeiro trimestre de 2025”, destaca o CEO da Vanguard Properties ao JE

Em que divergem o Dunas e o Torre?

Estas duas academias, quer o Dunas quer o Torre, são diferentes. O Dunas é uma academia mais social que conta com dez campos de ténis com três tipos de piso: rápido, terra batida e um campo relvado. Será uma novidade porque creio que em Portugal não existe nenhum campo de ténis de relva natural aberto ao público. O Torre é um pouco diferente: conta com um clubhouse maior, onde já vai ter mais espaço para a formação para jovens que queiram tornar-se profissionais.

Queremos criar ali um cluster desportivo a uma hora de Lisboa e o objetivo é fixar pessoas na Comporta com todo o conforto. O Dunas abre a 5 de outubro deste ano com um a realização de um torneio e já temos uma série de reservas assim como para eventos de empresas. O Torre estará pronto no primeiro trimestre de 2025. Já estamos a trabalhar nos projetos de execução das academias de ténis para que pelo menos uma delas já esteja a funcionar em 2024 ou 2025.

Projeto “Dunas” já está em ‘soft opening’ com inauguração marcada para outubro deste ano. No início de julho, o golfista espanhol Sergio Garcia, estrela mundial da modalidade, deu uma aula exclusiva a jovens estrelas do golfe nacional

Só a área desportiva implica que investimento?

A área desportiva implica um investimento de 65 milhões de euros, sendo que os dois grandes investimentos são os dois campos de golfe, a academia de Sergio Garcia e os dois centros de raquete. É um investimento que nunca aconteceu em Portugal e acho que vai mudar o paradigma daquela zona, com o desporto a ter um peso muito importante. O desporto, nomeadamente o golfe, foi o que permitiu que este ano e pela primeira vez, não houvesse um fecho durante o ano todo e isso fixa 1.200 a 1.300 empregos permanentes que podem ir até 2.500 durante o verão, sendo que mais de mil empregos são locais.

No caso do “Terras da Comporta” vamos ter um impacto no emprego direto de cerca de cinco mil pessoas mas nem todos serão locais. Queremos reter os mais jovens que por falta de oportunidades acabam por ir embora. Há toda uma variedade de empregos que poderão ser criados naquela zona, até porque é o emprego qualificado que vai atestar a qualidade destes projetos. Vamos ter quatro hotéis de marcas de topo, com conceito muito focado no serviço.

Em termos de sustentabilidade, o “Terras da Comporta” é visto como pioneiro a nível europeu.

O nosso projeto é o mais sustentável do ponto de vista ambiental que alguma vez foi feito na Europa em termos daquela que é a gestão da água, energia, método construtivo com a madeira. Estas academias são net zero energy buildings, neutras do ponto de vista de CO2 (objetivo apontado para 2050 já vai ser uma realidade na Comporta em 2023), as águas recicladas são usadas para a rega dos jardins. 80% da energia consumida é produzida no local e de fonte solar. A sustentabilidade é um fator muito importante neste empreendimento.

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