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KEEP Warranty: Esqueceu o papel da garantia? Não há problema

Um ano depois do lançamento, a startup portuguesa Icontrends já organiza os talões de 12 mil portugueses. A empresa está a preparar acordos com seguradoras, um novo idioma na app e a chegada do Regulamento Geral da Proteção de Dados.
29 Abril 2018, 16h00

Num típico domingo de torneio de Playstation entre Romana Ibraim, o irmão e os sobrinhos, o aparelho não ligava apesar de todas as insistências. Procuraram o talão da garantia pela casa mas foi em vão, até que acabaram por se dirigir à loja mesmo sem o comprovativo. Nada feito. “Não podemos fazer nada sem o papel”, ouviram por parte do vendedor. Desde esse ‘não’ até à ideia de um novo negócio passaram poucos meses. Foi esse o ponto de partida da Keep Warranty, uma aplicação móvel que organiza as garantias e os talões de compra dos consumidores, e os notifica quando o prazo está prestes a expirar.

A plataforma funciona como uma gaveta infinita onde, depois de comprar um produto, a pessoa pode fotografar o talão da garantia e ter a segurança de que está guardado em qualquer dispositivo e organizado na categoria a que pertence: informática, cosmética, etc. Em entrevista ao Jornal Económico, Maria João Seabra, Head of Business da Icontrends, disse que a próxima novidade da aplicação será a leitura ótica OCR (tecnologia que permite converter documentos em papel, por exemplo, em dados sujeitos a edição). A empresária vê com ânimo a mudança na lei das garantias a nível europeu: “Só nos vai facilitar a vida. Admito que fiquei feliz, porque há uma uniformização dos prazos”.

Web Summit, a rampa de lançamento

A Icontrends foi uma das 150 empresas selecionadas pelo programa Road2WebSummit, promovido pela organização da Web Summit e pela StartUP Portugal. Nessa altura, a app criada pelas empreendedoras, que tinha pouco mais do que um mês de vida, estava prestes a assistir a um lançamento estratégico que iria salvar a vida a quem nunca sabe onde guarda os papéis. Atualmente, prestes a atingir a marca dos 12 mil downloads, a aplicação estará em breve disponível na oitava língua, o árabe. “Não fomos à procura de investimento, pretendíamos apenas promover a aplicação. Tudo o que fizemos foi com investimento orgânico”, refere Maria João Seabra ao semanário.

Lançada há exatamente um ano, a startup portuguesa Icontrends prepara-se agora para novos desafios, nomeadamente legislativos, como a chegada do Regulamento Geral da Proteção de Dados. “Trabalhamos com dados pessoais e temos de estar muito bem preparados, mas ainda não escolhemos o Data Protection Officer”, confessou, salientando que a empresa “tem a vantagem de não estar há muito tempo no mercado e de não ter um histórico muito grande de dados pessoais”. A advogada e encarregada de desenvolvimento do negócio assegura que se encontram em diligências há quase dois meses e que, no próxim dia 25 de maio, estará tudo operacional e em conformidade com a lei.

As próximas metas da microempresa passam por “ganhar dinheiro”, daí estar a ser negociado um acordo com algumas seguradoras. Ainda sem revelar os nomes das empresas com as quais contactaram, a porta-voz da startup adiantou que a ideia é a seguinte: o consumidor adquire um telemóvel, por exemplo; opta por não fazer um seguro na marca;_faz a transferência da Keep Warranty na Google Play e Apple Store e regista os talões; a aplicação pergunta se pretende ou não fazer um seguro e, em caso de resposta afirmativa, o cliente é encaminhado para o canal do mediador de seguros. A viragem para este setor prendeu-se com a necessidade de começar a lucrar. “O grupo está a crescer e estamos a pensar no turismo de nicho no futuro”, diz ainda Maria João Seabra, a propósito da recente presença no Summit Shopping Tourism & Economy Lisbon.

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