Catarina Martins, coordenadora bloquista apelou esta quinta-feira ao voto de “quem não quer premiar a arrogância de António Costa”, que quis eleições para “ter uma maioria absoluta”, não esperando que o PS mostre novamente disponibilidade para entendimentos à esquerda.
Em entrevista esta noite à RTP, a propósito das eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro do próximo ano, a líder do Bloco defendeu que, para o seu partido, a disputa passa por se “manter como terceira força política” e “ser capaz de aumentar o seu grupo parlamentar”, atualmente com 19 deputados.
“Eu diria: quem não quer premiar a arrogância de António Costa, que quis ir a eleições para ter uma maioria absoluta, sabe que conta com o Bloco de Esquerda para todas as soluções que contam na vida das pessoas e que o Bloco de Esquerda como terceira força política é essa garantia”, apelou.
Para Catarina Martins, o Bloco manter-se como terceira política “será uma garantia de haver força à esquerda para debater matérias tão fundamentais como os salários, a saúde, os serviços públicos, a resposta climática”, mas também daria “uma lição à extrema-direita”.
“É importante que o nosso país seja um país que defende bem a democracia e os direitos e, simultaneamente, acabar com alguma ponderação que às vezes existe sobre o bloco central e que nunca trará nenhuma solução ao país, só trará mais problemas”, defendeu.
A coordenadora do BE admitiu não estar à espera de que, durante o período eleitoral, “o Partido Socialista mostre disponibilidade para um entendimento à esquerda”. “O Partido Socialista nunca a mostrou verdadeiramente em tempo eleitoral”, afirmou.
Na perspetiva de Catarina Martins, “a ideia do bloco central é um bocadinho a ideia para ficar tudo na mesma”, ou seja, “acaba por não ser muito diferente da ideia de uma maioria absoluta do PS”. “Para o PS, é verdade que é confortável a ideia de que ou terá maioria absoluta ou se for preciso terá lá o PSD”, atirou.
Assim, a dirigente bloquista recuperou uma ideia que tem defendido em relação às próximas legislativas. “Estas eleições devem ser sobre as soluções e não sobre se o PS e o PSD se podem entender um com o outro, numa espécie de conspiração para não resolver nenhum dos problemas do país”, defendeu.
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