A associação Privados Clientes disse hoje que a morte de João Rendeiro não tem impacto nos processos em curso na justiça.
“Esta situação não altera os processos em curso da Privado Cliente, onde, entre outros, encontra-se o pedido de destituição da Comissão Liquidatária, que arrasta o processo há mais de dez anos, sem dar justificações e com gastos milionários”, disseram hoje os lesados do BPP.
“A Privado Clientes reitera ainda que a tónica do tema recaia sobre os lesados do banco e a resolução do processo”, destaca a associação liderada por Jaime Antunes.
A associação “lamenta a morte de João Rendeiro, não obstante a natural reprovação dos seus atos de gestão enquanto CEO do BPP”.
O antigo presidente do BPP João Rendeiro foi encontrado morto na cadeia onde estava detido, em Durban, na África do Sul, onde aguardava uma decisão sobre o processo de extradição para Portugal.
O ex-banqueiro tinha sido condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do Banco Privado Português (BPP), tendo o tribunal dado como provado, num deles, que retirou do banco 13,61 milhões de euros.
Das três condenações, apenas uma já tinha transitado em julgado (cinco anos e oito meses por falsificação informática).
A última condenação ocorreu em setembro do ano passado, quando Rendeiro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva, num processo por burla qualificada. Depois disso, esteve fugido à justiça até ser apanhado, em dezembro, na África do Sul.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como processos relacionados com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.
O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
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