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Lesados do BPP dizem que morte de Rendeiro não interfere com processos na justiça

Entre os vários processos na justiça, a associação exige a destituição da Comissão Liquidatária que “arrasta o processo há mais de dez anos, sem dar justificações e com gastos milionários”.
13 Maio 2022, 14h21

A associação Privados Clientes disse hoje que a morte de João Rendeiro não tem impacto nos processos em curso na justiça.

“Esta situação não altera os processos em curso da Privado Cliente, onde, entre outros, encontra-se o pedido de destituição da Comissão Liquidatária, que arrasta o processo há mais de dez anos, sem dar justificações e com gastos milionários”, disseram hoje os lesados do BPP.

“A Privado Clientes reitera ainda que a tónica do tema recaia sobre os lesados do banco e a resolução do processo”, destaca a associação liderada por Jaime Antunes.

A associação “lamenta a morte de João Rendeiro, não obstante a natural reprovação dos seus atos de gestão enquanto CEO do BPP”.

O antigo presidente do BPP João Rendeiro foi encontrado morto na cadeia onde estava detido, em Durban, na África do Sul, onde aguardava uma decisão sobre o processo de extradição para Portugal.

O ex-banqueiro tinha sido condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do Banco Privado Português (BPP), tendo o tribunal dado como provado, num deles, que retirou do banco 13,61 milhões de euros.

Das três condenações, apenas uma já tinha transitado em julgado (cinco anos e oito meses por falsificação informática).

A última condenação ocorreu em setembro do ano passado, quando Rendeiro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva, num processo por burla qualificada. Depois disso, esteve fugido à justiça até ser apanhado, em dezembro, na África do Sul.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como processos relacionados com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.

O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.

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