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Líder do grupo de hackers que atacou SIC, Expresso e Parlamento tem 16 anos

O jovem é tão habilidoso e rápido a hackear que levou os investigadores a pensar inicialmente que a atividade que estavam a observar era automatizada, disse outra pessoa envolvida na pesquisa. Este vive perto de Oxford, no Reino Unido, mas a equipa sabe que outro membro do Lapsus$ Mastermind é um adolescente que vive no Brasil.
24 Março 2022, 12h22

O líder do grupo de hackers Lapsus$ Mastermind que atacou o Grupo Impresa, incluindo a SIC e o Expresso, e também, alegadamente, o Parlamento, tem 16 anos e vive perto de Oxford, em Inglaterra, avança a “Bloomberg News”.

A conclusão é de quatro investigadores de cibersegurança que investigam uma série de ataques contra empresas de tecnologia, incluindo a Microsoft, que também foi alvo do grupo de hackers. Contudo, embora saibam que o adolescente é suspeito de estar por detrás de alguns dos principais ataques, não conseguiram vinculá-lo conclusivamente a todos os reivindicados pelo Lapsus$.

A “Bloomberg” não nomeia o suposto hacker, que assina pelo pseudónimo online “White” e “breachbase”, pois é menor de idade e não foi acusado publicamente pela polícia, por qualquer irregularidade, até à data.

Os especialistas em segurança cibernética usaram evidências forenses dos ataques, bem como informações publicamente disponíveis para vincular o adolescente ao grupo. Suspeitam ainda que outro integrante do Lapsus$ é um adolescente residente no Brasil. Uma das pessoas envolvidas disse que os investigadores identificaram sete contas únicas associadas ao grupo.

A motivação por trás dos ataques ainda não é clara, mas alguns investigadores acreditam que o grupo é motivado por dinheiro e notoriedade. O principal modus operandi é hackear grandes empresas, roubar dados e exigir um resgate para não os tornar públicos.

Em relação ao líder, o jovem é tão habilidoso e rápido a hackear que os investigadores pensaram inicialmente que a atividade que estavam a observar era automatizada, disse outra pessoa envolvida na pesquisa.

O grupo sofre de baixa segurança operacional, de acordo com dois investigadores, permitindo que se obtenha conhecimento íntimo sobre os hackers adolescentes.

O jovem que vive em Inglaterra teve as suas informações pessoais, incluindo o seu endereço e informações sobre os pais, publicadas online por hackers rivais. A casa é uma modesta casa geminada numa rua tranquila, a cerca de oito quilómetros da Universidade de Oxford.

Uma mulher que se identificou como a mãe do adolescente disse à “Bloomberg” que não tinha conhecimento das acusações contra o filho ou das informações tornadas públicas. Acrescentou que ficou perturbada com a inclusão de vídeos e fotos da casa. O adolescente já foi assediado por outras pessoas, afirmou, recusando-se a falar sobre o filho de qualquer forma ou a disponibilizá-lo para uma entrevista, e disse que era uma questão de aplicação da lei e que entraria em contato com a polícia.

No dia 2 de janeiro, os sites do Grupo Impresa, incluindo da SIC e do Expresso, foram alvos de ataque deste grupo, ficando os sites indisponíveis e as redes sociais com mensagens do Lapsus$, que reivindicou os ataques. No dia 30 do mesmo mês, em dia de eleições, o site do Parlamento também esteve indisponível. O grupo afirma que é o responsável pelo ataque, mas a Assembleia da República está a averiguar, indicando, que “não existe qualquer evidência” de que o mesmo tenha ocorrido, segundo a “Lusa”.

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