Alexander Zakharchenko, o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, no leste da Ucrânia, anunciou esta terça-feira a intenção de instaurar um novo estado no território ucraniano. O líder pró-russo defende que só com a abolição da Ucrânia e o estabelecimento de um novo estado – ao qual daria o nome de ‘Malorossiya’ [Pequena Rússia] – se pode pôr fim ao conflito que assola o país há mais de três anos e às negociações de paz que teimam em falhar.
“Nós acreditamos que o estado da Ucrânia não pode ser restituído da maneira como costumava ser”, afirmou Alexander Zakharchenko, citado pelo jornal britânico ‘Financial Times’. “Nós estamos a declarar o estabelecimento de um novo estado, que vai suceder à atual Ucrânia. O estado deve ser chamado ‘Malorossiya’, já que o próprio nome ‘Ucrânia’ se desacreditou”.
As fronteiras do estado imaginado por Alexander Zakharchenko abrangem toda a Ucrânia, com exceção da Crimeia, que ficou de fora dada a falta de concordância dos rebeldes pró-russos que controlam a autoproclamada República Popular de Luhansk.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, acusa Alexander Zakharchenko de ser “um fantoche que transmite as mensagens da Rússia” e lembra que a proposta viola o acordo de paz de Minsk, para acabar com o conflito no país que rebentou depois da anexação da Crimeia em 2014 pelos rebeldes, apoiados pela Rússia.
O Kremlin já fez saber que reprova a decisão, dizendo que se trata de uma “provocação política” e que partiu de uma “iniciativa pessoal” a que o Governo russo é alheio. A Rússia nega ainda as acusações de estar a fornecer armamento e estar a apoiar militarmente os combates no país vizinho.
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