A bolsa de Lisboa seguiu o sentimento negativo que se viveu nos principais mercados europeus, depois de a Reserva Federal (Fed) ter mantido os juros na reunião de quarta-feira, deixando sinais de um eventual subida ainda este ano.
Fed mantém juros inalterados, mas admite nova subida este ano dada força da economia
A praça lisboeta mostrou maior resistência, particularmente fortalecida pelo impulso dos títulos do BCP. O PSI registou perdas mais ligeiras do que as congéneres europeias, na ordem de 0,41%, para 6.163,05 pontos.
Entre as maiores perdas, sobressaiu o segmento das energéticas, com a EDP Renováveis a recuar 2,41%, para 16,16 euros por ação. Seguiu-se a Greenvolt, que tombou 1,94%, até aos 5,80 euros, ao passo que a EDP resvalou 1,61% e ficou-se pelos 4,165 euros.
A contribuir para a resistência do PSI esteve a valorização dos títulos da Mota-Engil, na ordem de 2,91%, até aos 3,54 euros. No caso do BCP registou-se uma subida de 0,98%, sendo que terminou a sessão nos 0,2584 euros, depois de a agência Fitch ter feito subir a notação daquela instituição financeira.
Entre os índices europeus, Itália derrapou 1,78%, seguida por França, ao cair 1,59%, assim como o índice agregado Euro Stoxx 50, que tombou 1,45%. As perdas menos acentuadas foram observadas na Alemanha, ao escorregar 1,33%, em Espanha, ao recuar 1,00% e no Reino Unido, a perder 0,78%.
“As bolsas europeias registaram uma sessão de correção relativamente expressiva, marcadas especialmente pelo discurso da Fed proferido ontem ao final do dia”, explica-se na análise do departamento de mercados acionistas do Millenium Investment Banking.
“Apesar de ter mantido a taxa de juro para os EUA inalterada nos 5,25%-5,50%, deixou a janela aberta para mais uma subida este ano e menores descidas no próximo, perspetivando que o ambiente de juros elevados se mantenha durante mais tempo. Isto provocou uma subida das yields de dívida soberana e jogou contra os ativos de risco, onde se incluem os mercados de ações”, de acordo com os analistas.
“Já hoje o Banco de Inglaterra surpreendeu ao manter a taxa de juro nos 5,25%, quando se antecipava um aumento, ainda que tenha admitido tratar-se apenas de uma pausa após 14 subidas consecutivas”, refere-se na mesma análise.
“Em Portugal, de destacar o facto do BCP ter visto a Fitch elevar o seu rating, passando assim a ter, 12 anos depois, todas as maiores agências internacionais, a atribuírem-lhe uma notação no patamar de Investment Grade”, sublinha-se.
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