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Caiu o “Lock her up!”. Trump falha primeira promessa

É tradição na política americana depois da eleição o vencedor colocar parte a retórica da campanha para trás e esta decisão de Trump seria consistente com esse tipo de padrão histórico.
  • Joe Raedle/Reuters
22 Novembro 2016, 19h08

O novo presidente dos EUA decidiu que não irá proceder a investigações criminais relacionadas com o uso do servidor de e-mail privado pela ex-rival, nem atacará a fundação da família Clinton, segundo divulgou hoje um conselheiro sénior de Trump.

A decisão de Trump, transmitida pela ex-gerente de campanha Kellyanne Conway numa entrevista no “Morning Joe” é uma mudança da sua retórica de campanha.

A decisão de Trump prosseguir ou não a uma investigação criminal resultaria numa rutura com o protocolo político e legal, que sustenta que o procurador-geral e o FBI tomam decisões relativas a investigações e arquivamento de casos, retirando esta pressão da agenda do presidente.

Trump não falou diretamente sobre sua aparente mudança de opinião, mas insinuou isso numa entrevista pós-eleitoral no “60 Minutes” da CBS, onde expressou sentimentos cordiais em relação a Clinton e seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, segundo o jornal Washington Post.

“Eu vou pensar nisso ainda”, disse Trump. “Eu não quero magoá-los nem fazê-los sofrer. Eles são boas pessoas.”

É tradição na política americana depois da eleição o vencedor colocar parte da retórica da campanha para trás, e esta decisão de Trump seria consistente com esse tipo de padrão histórico.

No entanto, nova posição do presidente eleito contrasta com os principais membros de seu partido, em especial Jason Chaffetz, o congressista do Utah que prometeu continuar a investigar o servidor de e-mail de Clinton.

“Seria totalmente negligente da nossa parte descartar a investigação só porque ela não vai ser presidente”, disse Chaffetz após a eleição.

O diretor do FBI, James B. Comey, declarou repetidamente que a agência não encontrou provas suficientes para recomendar a acusação de Clinton sobre a questão do e-mail, mas questionou o seu julgamento pelo uso de um servidor privado para assuntos oficiais.

Especialistas legais dizem que qualquer tentativa de Trump para influenciar se uma investigação acontece ou não põe em causa a integridade do sistema de justiça e da separação dos poderes.

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