O shutdown do governo dos Estados Unidos, que começou no passado dia 22, já é o segundo mais longo da história. Mas se o #TrumpShutDown, como o fenómeno é conhecido no Twitter, continuar até sexta-feira, dia 11, iguala o shutdown mais longo de sempre, que ocorreu quando o democrata Bill Clinton era presidente e que começou a 15 de dezembro de 1995 e terminou 21 depois, já em janeiro de 1996. E, se o braço-de-ferro entre os congressistas democratas e o presidente Donald Trump continuar para lá de sexta-feira, o #TrumpShutDown poderá tornar-se no #LongestShutDownEver.
Donald Trump e a ala democrata do Congresso norte-americano estão numa posição de stalemate. Trump quer que Congresso norte-americano aprove o orçamento que garanta o funcionamento do governo, incluindo 5,6 mil milhões de dólares para construir o muro que separa, a sul dos EUA, o território norte-americano do país mexicano, e que foi uma das promessas da campanha eleitoral para as presidenciais de 2016. Os democratas, que são contra a construção do muro, não querem satisfazer as pretensões do presidente, e recusaram aprovar o budget.
Trump reagiu e anunciou que tem o poder de declarar o estado de emergência nacional para construir o muro sem a aprovação do Congresso. Além disso, o presidente dos EUA deixou em aberto que o shutdown “pode durar meses, até anos”, lê-se na comunicação social internacional. Entretanto, o impacto do shutdown, que tem consequências para cerca de 800 mil funcionários públicos norte-americanos, já se fez sentir. Mais de metade ainda estão a trabalhar, enquanto os outros foram ‘mandados’ para casa com licença e sem data de regresso. Entre os que estão a trabalhar, porque desempenham funções essenciais, serão pagos eventualmente. Os que estão em casa não têm essa expectativa, noticia o “New York Times”.
Ainda segundo aquele jornal, o shutdown já afetou nove departamentos governamentais, incluindo defesa (homeland security), justiça, o tesouro e diversas agências, incluindo a Agência de Proteção Ambiental e a NASA. Entre os departamentos de justiça e polícia, há milhares de pessoas que estão a trabalhar sem vencimento. Encontram-se nesta situação os trabalhadores do FBI ou da DEA e até da proteção transfronteiriça norte-americana. A maioria dos tribunais com competência para julgar casos de imigração estão fechados, atrasando os processos de deportação. “Ironia”, referiu a juíza e vice-presidente executiva da Associação Nacional dos Juízes de Imigração norte-americana, Amiena Khan, ao “New York Times”.
Os trabalhadores do IRS norte-americano também pararam assim que o shutdown começou. Apenas 12% dos quase 80 mil trabalhadores que compõem este departamento foram trabalhar – sem vencimento – de acordo com um plano de contingência, relata o “New York Times”. Este plano de contingência, que cobriu o período final do ano passado, não é claro sobre o que o IRS fará em 2019. Mas, esta segunda-feira, Donald Trump anunciou que os trabalhadores do IRS deveriam voltar ao trabalho para processarem os pedidos de reembolso em sede de IRS, para evitar a ira dos contribuintes.
Também em Wall Street, o shutdown tem-se feito sentir. Alguns economistas prevêem que o shutdown poderá ter impactos negativos na economia norte-americana. Também apenas 6% dos trabalhadores da Secutiries Exchange Comission, o regulador dos mercados norte-americanos, também estão a trabalhar, enquanto os restantes 4.400 foram ‘mandados’ para casa. O Bank of America Merrill Lynch revelou que reviu em baixa as estimativas do crescimento económico no final de 2018.
Lista dos shutdown mais longos da história:
fonte: Yahoo Finance
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