O lucro líquido da EDP Renováveis (EDPR) afundou 66% para 56 milhões de euros em 2016, afetado por piores condições para a energia eólica, com a descida percentual explicada pelos fatores não-recorrentes contabilizados em 2015.
A subsidiária da EDP para as energias ‘limpas’ disse em comunicado publicado no site da CMVM que o EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – totalizou 1.171 milhões de euros, mais 3% que em 2015, “com um impacto negativo 29 milhões derivado do recurso eólico abaixo da média (96% de factor eólico, e com a comparação anual impactada por ganhos líquidos não recorrentes de 82 milhões em 2015 (por exemplo, o ganho derivado da aquisição de controlo de certos activos da ENEOP e abates”.
A eólica explicou que ajustado por efeitos não-recorrentes, o EBITDA aumentou 12% para 1.192 milhões de euros, enquanto o lucro líquido decresceu 4% para 104 milhões.
“O Conselho de Administração irá propor em Assembleia Geral uma distribuição de dividendos de 44 milhões, ou 0,05 euros por ação”, vincou a empresa. As ações da EDPR descem 1,11% para 6,128 euros, numa sessão em que o índice PSI 20 recua 0,42%.
Em 2016, a EDPR atingiu um factor de utilização de 30% (vs 29% em 2015), reflectindo as adições de capacidade com factor de utilização acima da média. “Dado o fraco recurso eólico no primeiro trimestre de 2016, o factor de utilização foi 4% inferior à média de longo prazo”. A empresa adiantou que produziu 24,5 Terawatt horas de energia limpa nos 2016, mais 14% do que em 2015, “beneficiando das adições de capacidade durante o ano com factor de utilização acima da média”.
O preço médio alcançou os 61 euros por MegaWatt hora (vs 64 euros/MWh em 2015), reflectindo a diferente dinâmica da nova capacidade (produção vs preço) e menores preços em alguns países.
“Em 2016, as receitas aumentaram 7% para 1.651 milhões de euros , beneficiando da maior capacidade em operação e do superior factor de utilização, e afectadas pelo menor preço de venda e pela actualização em 2015 do passivo com interesses residuais post-flip em parcerias institucionais,” referiu a empresa liderada por João Manso Neto.
[Notícia atualizada às 08h41]
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