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Lucro da NOS cai 42,7%, para 79,1 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2020

Apesar do travão nos lucros, a NOS aponta uma recuperação operacional com o crescimento do número de serviços. A equipa de Miguel Almeida acelerou também o investimento até setembro e conseguiu reduzir a divida líquida com o recebimento de verbas da alienação da NOS Towering.
4 Novembro 2020, 17h31

O resultado líquido consolidada da NOS caiu 42,7%, para 79,1 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano. O valor compara com o lucro de 138,1 milhões de euros registados no período homólogo de 2019. Observando os meses entre julho e setembro, o resultado líquido recuou 7,9%, para 44,1 milhões de euros, face igual período de 2019, segundo as contas veiculadas pela CMVM.

Em comunicado, a empresa de telecomunicações diz que apesar de ainda sentir “algum impacto imposto pela situação pandémica”, o terceiro trimestre “mostrou uma recuperação, já iniciada no final do trimestre anterior, em virtude do levantamento das medidas de combate à pandemia”.

Até setembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) atingiu 471,2 milhões de euros, o equivalente a uma redução de 6,5%, com a margem EBITDA a melhorar 0,3 pontos percentuais para 46,5%.

A retoma gradual da atividade “teve como reflexo um aumento” dos serviços da NOS, que se materializou “num significativo crescimento do número de serviços de comunicações prestados e no regresso lento dos portugueses às salas de cinema”.

Desde setembro de 2019, a operadora reporta um aumento de 2,8% (272 mil) no número de serviços prestados, para 9,886 milhões. “Os serviços de televisão aumentaram 1,5% para 1,656 milhões, enquanto os serviços de comunicações móveis evoluíram 3,4% para 4,972 milhões” e o número de casas com acesso à rede de nova geração fixa aumentou 4,9% para 4,796 milhões, segundo o comunicado.

“O número de serviços de banda larga fixa situava-se em 1,452 milhões face aos 1,402 milhões registados no período homólogo de 2019, enquanto o número de serviços de voz fixa alcançou os 1,769 milhões, face aos 1,739 milhões no final de junho de 2019”, acrescenta.

Desta forma, nos primeiros nove meses de 2020, as receitas apresentaram uma quebra homóloga de 7,2%, para 1.013,6 milhões de euros, “com a divisão de telecomunicações a mostrar uma maior recuperação face à divisão de cinemas e audiovisuais”. As receitas de telecomunicações 3,8% até setembro, para 995,5 milhões. Mas observando só o terceiro trimestre, verifica-se uma “melhoria relativa”, com as receitas de telecomunicações a deslizarem 1,4%, longe da quebra de 7,8% verificada no segundo trimestre devido à pandemia.

No final de setembro, o número de clientes convergentes e integrados da NOS ascendia a 61,3% da base de clientes de rede fixa, o equivalente a 967,6 mil clientes. Já a receita média por cliente caiu 3,4%, para 43,3 euros.

A empresa liderada por Miguel Almeida explica que “o aumento de subscrições verificadas” permitiu registar “uma performance muito resiliente” nas operações de telecomunicações. Não obstante, “alguma pressão no segmento de pequenas e médias empresas, em especial aquelas que estão mais expostas” aos efeitos da pandemia, “como o turismo e a restauração”, o consumo das famílias “manteve-se estável”.

“A redução drástica do turismo e viagens internacionais motivou, igualmente, uma redução nas receitas de roaming”, lê-se.

O capex total da NOS atingiu 269,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, dos quais 97,8 milhões foram investidos no terceiro trimestre, excluindo contratos de leasing.

No final de setembro, a equipa de Miguel Almeida conseguiu reduzir em 29,2% a dívida líquida da empresa para 771,5 milhões de euros, face aos primeiros nove meses de 2019. A redução significativa da dívida é justificada pela NOS com o recebimento de verbas provenientes da alienação da NOS Towering.

A dívida da NOS representa 1,4 vezes o EBITDA após leasings, “um rácio conservador face às congéneres do setor”.

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