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Lucro dos CTT afunda 81% para 4,3 milhões nos nove meses com menos correio

O EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – caiu 21,3% para 57,7 milhões. “Esta performance foi fortemente influenciada pelos impactos ocorridos a partir de março de 2020 com as restrições resultantes da COVID-19, uma vez que o EBITDA nos primeiros dois meses de 2020 estava a crescer 5,9 milhões de euros”, explicou a empresa.
4 Novembro 2020, 16h56

O lucro líquido dos CTT – Correios de Portugal tombou 81,1%, em termos homólogos, para 4,3 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019, anunciou a empresa esta quarta-feira, penalizado pela queda do negócios do correio e um aumento das imparidades e provisões.

O EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – caiu 21,3% para 57,7 milhões entre janeiro e setembro 9, devido ao forte impacto do negócio de ‘Correio e Outros'”, informou a empresa, em comunicado divulgado no site da CMVM. “O EBITDA das restantes áreas de negócio cresceu significativamente nos nove meses, com um aumento de 15,8 milhões, ou 111,3%, adiantou.

“Esta performance foi fortemente influenciada pelos impactos ocorridos a partir de março de 2020 com as restrições resultantes da COVID-19, uma vez que o EBITDA nos primeiros dois meses de 2020 estava a crescer 5,9 milhões de euros”, explicou.

“Excluindo o efeito das eleições no terceiro trimestre de 2019, o EBITDA reduz apenas 0,7 milhões (-2,7%), evidenciando uma recuperação que está a ser alavancada sobretudo nas áreas de negócio Expresso e Encomendas e Banco CTT”, sublinhou.

Os rendimentos operacionais de correio atingiram 308,8 milhões de euros, uma queda homóloga de 11,8% relativamente a igual período de 2019, devido fundamentalmente à queda de 13,1 dos rendimentos do correio transacional e de 21,6% do correio publicitário, atenuadas pelo crescimento dos rendimentos das soluções
empresariais.

Em sentido contrário, os rendimentos operacionais do negócio de ‘Expresso e Encomendas’ atingiram 131,5 milhões de euros, uma subida de 19,5%, explicou a empresa liderada por João Bento. Sublinhou que a performance do negócio em Portugal resultou sobretudo do crescimento do CEP (Courier, Express and Parcels), cujos rendimentos ascenderam a 65,2 milhões (+23,2%).

A empresa sublinhou que o primeiro semestre foi marcado pela pandemia de Covid-19 e pelos efeitos das restrições impostas à maior parte dos setores da economia que tiveram um forte impacto no perfil de envios, tendo-se verificado uma redução do tráfego B2B, e tendo-se, em contraponto, assistido a um forte crescimento da atividade de e-commerce e, portanto, de B2C. Vincou que, no entanto, que no terceiro trimestre “manteve-se o forte ritmo de atividade de e-commerce e verificou-se uma recuperação do B2B”.

Imparidades e provisões do Banco CTT dispararam 232%
Os rendimentos do Banco CTT atingiram 59,7 milhões nos primeiros nove meses, um crescimento homólogo de 16,9 milhões (+39,3%) período do ano anterior, sendo 12,3 milhões provenientes da 321 Crédito, adquirida em maio de 2019. Excluindo esse efeito inorgânico, os rendimentos ascenderiam a 35 milhões  mais 4,6 milhões que no mesmo período de 2019.

As imparidades e provisões dispararam 232% para 13,2 milhões, “para fazer face a perdas potenciais com a contração económica prevista (+9,2 milhões), principalmente na área de negócio Banco CTT, em particular no crédito automóvel, mas também por via das depreciações e amortizações (+6,6 milhões) que resultam de investimentos estratégicos, não compensados pelo decréscimo verificado nos itens específicos”.

Os depósitos de clientes ascenderam ais 1.571 milhões de euros no final de setembro, devido à performance comercial do banco, segundo a operadora postal. Trata-se de um aumento de 35,4% face ao período homólogo e de 22,4% face ao final do ano de 2019. O aumento dos depósitos de clientes foi acompanhado por um aumento do número de contas. Nos primeiros nove meses do ano, foram abertas mais 66 mil contas no Banco CTT, totalizando 505 mil. “O rácio de transformação situa-se em 66,2%”, segundo a empresa.

As  comissões recebidas cresceram 56,5%, para 3,4 milhões de euros, devido ao “aumento na transacionalidade dos clientes (+16,8%) e das contas e cartões (+517,2%), impulsionado a partir do início no mês de abril pela introdução de um modelo de comissionamento do cartão de débito”. Relativamente ao crédito ao consumo, as comissões caíram 17,3%, para -0,3 milhões de euros, “devido à redução dos volumes de produção no 2T20 e 3T20 e ao aumento do risco derivado do atual contexto económico”.

A área de pagamentos sofreu uma desaceleração nas comissões recebidas nos primeiros nove meses, caindo 16,8% para 2,6 milhões de euros, com rendimentos totais de 12,7 milhões.

Já as colocações dos PPR no Banco CTT caíram 86,5%, para 30,3 milhões de euros, em termos homólogos.

O crédito automóvel registava uma carteira líquida de imparidades de 536,2 milhões de euros e o crédito à habitação tinha uma carteira líquida de imparidades de 494,3 milhões de euros.

“No final dos primeiros nove meses do ano, os pedidos de moratórias formalizados atingem uma exposição total de 41,2 milhões, representando 3,9% do total da carteira bruta de crédito. As moratórias privadas de crédito automóvel no montante de 27,6 milhões de euros terminaram a 30 de setembro e representavam 40,1% do total das moratórias formalizadas. As moratórias públicas foram prolongadas até setembro de 2021”, informaram os CTT.

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