Lucro dos CTT terá tombado 13% em 2018 para 23,8 milhões, segundo os analistas

O lucro líquido dos CTT-Correios de Portugal terá descido 13,8%, em termos homólogos, para 23,8 milhões de euros no ano passado, segundo a média dos analistas.

De acordo com os dados divulgados no site de Investor Relations da empresa, o intervalo das previsões de sete analistas fica entre um lucro líquido de 14,3 milhões de euros e 39 milhões de euros, o que compara com um bottom line de 27,2 milhões de euros em 2017.

Em termos de receitas, a média dos analistas aponta para um total de 709 milhões de euros, face aos 714,3 milhões em 2017.

Em relação ao EBITDA recorrente – lucro antes de juros impostos, depreciação e amortizações – a estimativa média dos analistas é de 90,5 milhões de euros, ligeiramente acima dos 89,9 milhões de 2017.  Por segmento de negócio, o consenso de seis dos sete analistas é, em média, de um EBITDA recorrente de 85,6 milhões de euros nos Correios, de 3,8 milhões no Expresso & Encomendas e de 16 milhões nos Serviços Financeiros. O Banco CTT deverá, no entanto, penalizar, com um valor negativo de 14,8 milhões.

Corte no dividendo

Numa altura em que a eventual nacionalização da empresa está prestes a ser discutida no Parlamento, a questão dos dividendos pagos pelo operador postal também vai centrar as atenções.

Em 2017, os CTT registaram um quebra de 57,6% no lucro líquido, uma tendência que obrigou a empresa a anunciar um  Plano de Transformação Operacional que teve impacto significativo na política de dividendos. Para 2017, a remuneração acionista foi cortada em 20,8%, para 0,38 euros por ação. Ainda assim, a empresa pagou 57 milhões em dividendos, o que representou um payout ratio de 207%. Para o o período de implementação do Plano de Transformação Operacional (2018-2020), a empresa decidiu regressar à política de remuneração acionista anterior, baseada numa percentagem do resultado líquido gerado anualmente.

Segundo o consenso dos analistas divulgado pela empresa, a estimativa média é de pagamento de dividendos num total de 19,8 milhões de euros, o que face a um lucro estimado nos 23,8 milhões representaria um payout ratio de 83,2%.

Venda de imóvel mais compensa queda de receitas no 4º trimestre

A empresa liderada por Francisco Lacerda não divulgou o consenso dos analistas para o quarto trimestre. Numa nota de research à qual o Jornal Económico teve acesso, os analistas do Caixa Banco de Investimento (BI) explicam que “de forma geral, esperamos que um desempenho melhor no negócio dos Correios no quarto trimestre, suportado pelo aumento de preços efectuado a partir de abril, o melhor mix, nomeadamente na recepção de correio internacional, e pela sazonalidade relacionada ao período do Natal”, referem os analistas do Caixa BI.

O negócio de Expresso & Encomendas também deverá contribuir de forma positiva, com um aumento de 13%, em termos homólogos, nas receitas para 43,5 milhões de euros entre outubro e dezembro, tal como o Banco CTT que deverá ver mais que duplicar para 5,6 milhões.

Em sentido contrário, os Serviços Financeiros são vistos a registar uma queda de 26,9% para receitas de 9.9%, prejudicados pelo descida na compra de Certificados de Poupança. Segundo o Caixa BI, as receitas da Estrutura Central CTT também deverão descer 16,3% (para 23,7 milhões), o que significa que as receitas totais deverão recuar 5,7% para 185,1 milhões.

O EBITDA recorrente do quarto trimestre deverá no entanto, escalar 45% para 29,6 milhões de euros, mas o Caixa BI salienta que nessa conta está incluída o ganho com a venda do edifício dos CTT na Rua da Palma, em Lisboa.

O resultado líquido é estimado pelo banco de investimento, dessa forma, a disparar 50% para 9,4 milhões de euros no trimestre.