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Lucros da Jerónimo Martins sobem 3,5% para 302 milhões. Perspectivas para 2019 inalteradas

Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, disse que “o acumulado dos três trimestres evidencia a notável capacidade das insígnias do Grupo crescerem consistentemente acima dos mercados onde operam”, o que motivou a retalhista nacional em manter o ‘guidance’ para o resto do ano, mas reviu em baixa o investimento.
23 Outubro 2019, 17h24

Nos nove primeiros meses do ano os resultados líquidos da Jerónimo Martins ascenderam a 302 milhões de euros, um crescimento de 3,5% face a igual período do ano anterior.

Em comunicado divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o CEO da dona do Pingo Doce, Pedro Soares dos Santos, disse que “o acumulado dos três trimestres evidencia a notável capacidade das insígnias do Grupo crescerem consistentemente acima dos mercados onde operam”.

O CEO deixou ainda boas indicações para o resta do ano. “Com as nossas insígnias preparadas para aquele que é o último e mais relevante trimestre do ano, estamos convictos que entregaremos mais um bom ano de crescimento e rentabilidade”, disse.

Em face da evolução do negócio registada nos primeiros nove meses de 2019, a Jerónimo Marins manteve o guidance para o resto do ano, “com a ressalva de um ajuste introduzido no plano de investimento”.

“Ao longo do ano temos dado prioridade ao acelerar do crescimento like-for-like da Ara enquanto factor decisivo para a densidade de vendas e variável crítica para assegurar a rentabilidade da cadeia. O desempenho dos últimos trimestres confirma o acerto da estratégia que estamos a seguir e, de forma a garantir total foco na validação do potencial de vendas das lojas, reviu-se o calendário das aberturas, que, este ano, deverão cifrar-se em cerca de 110 novas localizações”, lê-se na nota.

A Jerónimo Martins reviu assim em baixa o investimento entre 100 a 150 milhões relativamente ao inicialmente previsto. “O capex para o ano de 2019 estima-se agora em cerca 650 milhões de euros, uma redução dos 700-750 milhões de euros anteriormente previstos”, explicou a empresa.

Nas perspectivas para 2019, apresentadas no dia 27 de fevereiro deste ano, a retalhista nacional antecipava um bom desempenho económico na Polónia, um um padrão estável no consumo alimentar em Portugal e, na Colômbia, expandir a infraestrutura da Ara.

As vendas consolidadas registaram um aumento homólogo de 6,7%, para cerca de 13,7 mil milhões de euros, com todas as marcas do Grupo a terem um desempenho positivo.

Na Polónia, as vendas da Biedronka subiram 7%, para 9,2 mil milhões de euros e as vendas da Hebe cresceram 25%, para 180 milhões.

“A Biedronka manteve o seu foco estratégico no desempenho ao nível das vendas, sem perder de vista a eficiência do modelo de negócio, particularmente importante quando a Companhia também enfrenta inflação nos custos”, explicou a Jerónimo Martins.

Por seu turno, a Hebe abriu 26 lojas novas, tendo, no final de setembro, 255 localizações, que incluem 29 farmácias standalone.

Na Colômbia, a Ara já conta com 578 lojas depois da abertura de 46 novas localizações. A marca  registou um aumento de 27,6%, para 560 milhões, alavancando um consumo “mais favorável do que no anterior” e com o “sector de retalho alimentar continuou a apresentar uma dinâmica intensa”.

Ainda assim, a Ara e a Hebe geraram perdas ao nível do EBITDA de 56 milhões, o que compara com as perdas de  65 milhões registadas em setembro do ano passado. A Jerónimo Martins explicou que, dentro das perdas registadas no acumulado de 2019 até setembro, 91% são atribuídas à Ara.

Sobre a operação da Jerónimo Martins na Colômbia, Pedro Soares dos Santos disse que a estratégia “mais assertiva de sortido e de preço” impulsionou  o crescimento das vendas e “deu um contributo importante para a validação do potencial comercial do nosso portefólio de lojas”.

Por cá, a faturação do Pingo Doce, que teve cinco novas lojas,  cresceu 2,9%, para 2,9 mil milhões e as vendas da Recheio cresceram para ascenderam 757 milhões (+2,5%).

“Em Portugal, a inflação alimentar, que se manteve baixa ao longo dos nove meses, desacelerou nos últimos meses do período, tendo-se cifrado em 0,3% (-0,1% no terceiro trimestre). Para este efeito contribuiu, em grande parte, a evolução do preço de frutas e legumes que tinham registado uma forte subida noterceiro trimestre de 2018”, disse a retalhista.

O EBITDA subiu 6,7% para 757 milhões de euros.

O Grupo terminou os nove primeiros meses do ano com um capex de 405 milhões de euros, sendo que 55% foram atribuídos à Biedronka.

Esta quarta-feira, 23 de outubro, os títulos da Jerónimo Martins encerraram a negociar nos 14,875 euros, depois de uma valorização de 0,68%.

(atualizada com mais informação)

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