[weglot_switcher]

Lucros do BPI sobem para 490,6 milhões de euros

O BPI registou no exercício de 2018 um lucro líquido de 218 milhões de euros na atividade bancária em Portugal, excluindo não recorrentes, o que corresponde a uma melhoria de 48,4 milhões (+28,5%) face ao ano anterior.
  • Cristina Bernardo
1 Fevereiro 2019, 07h40

O BPI teve em 2018, em termos consolidados, um lucro de 490,6 milhões de euros que compara com o resultado de 10,2 milhões no exercício de 2017. Este resultado líquido inclui o impacto negativo da reclassificação contabilística da participação financeira do BPI no BFA.

O resultado tem uma componente de resultados extraordinários. Os ganhos extraordinários com a venda de participações elevaram o lucro da atividade em Portugal para 396 milhões, o que representa 81% do resultado consolidado.

A atividade recorrente em Portugal gerou um lucro líquido de 218 milhões de euros (+28,5%) que em 2017.

O banco revelou os impactos não recorrentes na atividade em Portugal. Em 2017 houve custos com rescisões e reformas antecipadas voluntárias de 76,8 milhões de euros (105,8 milhões antes de impostos); um ganho de 8,6 milhões de euros após impostos com a venda da BPI Vida e Pensões e resultados de atividades em descontinuação (BPI Vida e  Pensões, BPI Gestão de Ativos e BPI GIF) de 22.0 milhões.

Já em 2018 deu-se um ganho de 59,6 milhões com a venda da participação na Viacer, ganho de 61,8 milhões com a venda de subsidiárias (BPI Gestão de Ativos e BPI GIF), ganho de 71,7 milhões com a venda dos negócios  de acquiring/TPA, custos de 15,3 milhões (após impostos) com reformas antecipadas, gastos gerais administrativos não recorrentes de 2,2 milhões com reformas antecipadas (após impostos) e resultado de operações em  descontinuação de 2,5 milhões de euros.

Em termos de balanço os depósitos de clientes aumentam 1.792 milhões de euros para 21.160 milhões (+9,3% face a dezembro de 2017), demonstrando maior dinamismo da atividade comercial.

Já a carteira de crédito às empresas em Portugal aumenta 1.136 milhões, mais 16,1% face a dezembro de 2017. O crescimento gera ganhos de quota de mercado (9,5% em outubro de 2018 face a 8,4% no final de 2017).

A produção de novo crédito hipotecário ascendeu a 1.287 milhões em 2018, o que representa um crescimento de 21% face ao ano anterior.
A carteira de crédito ao consumo cresceu 4,8%; devido às novas soluções de crédito pessoal e financiamento automóvel lançadas em 2018.
Recorde-se que está previsto o CaixaBank abrir em Portugal uma sucursal da unidade de consumer finance.

Na conta de resultados a margem financeira sobe 8,8% no ano para 422,6 milhões de euros, apoiada pelo crescimento da carteira de crédito. E ajuda o produto bancário recorrente em Portugal que aumenta 9% para 721,6 milhões de euros.

O banco em comunicado diz que reforçou os indicadores de risco de crédito em Portugal com um rácio de NPE (ativos problemáticos) de 3,5% em dezembro de 2018 (melhorando 1.6 p.p. face a dezembro de 2017).

A cobertura de NPE alcança os 127% por imparidades e colaterais.

Pablo Forero explicou que o banco constituiu 27 milhões de novas imparidades para créditos e reverteu 35 milhões de imparidades (sendo que as primeiras são imparidades para créditos específicos e as segundas são imparidades com base em modelos). O que dá um valor líquido positivo de 8 milhões de euros.

O banco tem um rácio de capital (fully loaded) CET1 de 13,2%, o que traduz um aumento de 0.9 p.p. face a dezembro e um rácio de capital total de 15% (+1.0 p.p.). Os requisitos de capital impostos pelo BCE, no âmbito do SREP (processo de análise e avaliação pelo supervisor) para 2018 era de 8,75%.

Para 2019, o BPI ainda não conhece o rácio de capital que terá de cumprir em termos regulatórios (incluindo o buffer de capital em vigor a partir deste ano). Por isso o banco apenas decidirá sobre a distribuição de dividendos quando tiver a indicação do BCE quanto aos requisitos mínimos de capital para este ano.

A dívida de longo prazo do BPI está classificada em “grau de investimento” pela Fitch, Moody’s e Standard & Poors.

O banco apresenta logo estes números em conferência de imprensa com Pablo Forero.

A contribuição que o BPI deu para os resultados do acionista CaixaBank equivale a 262 milhões (104 milhões no exercício 2017). Tendo em conta a contribuição das participadas do BPI, a contribuição total do banco português para os lucros do CaixaBank ascende a 380 milhões (176 milhões no ano 2017).

(atualizada)

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.