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Lucros do Santander Totta descem 71% no primeiro trimestre

O banco registou uma provisão no valor de 164,5 milhões de euros para fazer face à reestruturação do “quadro de recursos humanos”.
  • Cristina Bernardo
28 Abril 2021, 08h09

Os lucros do Santander Totta recuaram 71,2% no primeiro trimestre para 34,2 milhões de euros face a período homólogo.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, 28 de abril, o banco explica que foi registada uma provisão no valor de 164,5 milhões de euros líquidos para “fazer face a uma reestruturação do banco, em especial do quadro de recursos humanos”.

Ao mesmo tempo, o resultado líquido foi “igualmente prejudicado pela necessidade de constituir imparidades para fazer face à situação económica desfavorável”, no valor de 34 milhões de euros.

Paralelamente, os resultados do banco liderado por Pedro Castro e Almeida foram impactados positivamente pelo “impacto não recorrente de cerca de 140 milhões de euros provenientes da gestão da carteira de títulos do banco”.

No final de março, as moratórias legal e privada abrangiam cerca de 54 mil clientes, no montante global de 6,4 mil milhões de euros de crédito (16% da carteira total). Este valor corresponde a uma redução de 25% face ao valor registado no final de 2020, com o fim da moratória privada.

Em relação às linhas de crédito com garantia do Estado, o banco aprovou um conjunto de operações no montante de cerca de 2,1 mil milhões de euros, abrangendo cerca de 15 mil clientes.

O banco registou uma subida de 5% no crédito total concedido a clientes, 43 mil milhões de euros. “Esta evolução continua a refletir não só a aplicação de moratórias ao crédito
a famílias e empresas como também a elevada produção de linhas de crédito de apoio à economia, no contexto da crise sanitária que vivemos, bem como os ritmos sustentados de produção de crédito hipotecário”.

Já o crédito à habitação atingiu os 20,9 mil milhões de euros, mais 5,5%, enquanto o crédito ao consumo recuou 4,1% para 1,7 mil milhões de euros “refletindo a redução da despesa discricionária das famílias. No primeiro trimestre, o banco originou cerca de 707 milhões de euros em hipotecas, com uma quota de mercado de 21,9%”.

Por sua vez, o crédito às empresas atingiu os 16,6 mil milhões de euros, mais 5,9%, “em parte associada às linhas protocoladas, destacando-se as linhas criadas no Âmbito da pandemia Covid-19”.

O produto bancário atingiu os 420,8 milhões de euros, mais 18,7% face a período homólogo, enquanto a margem financeira desceu 1,1%, e as comissões recuaram 2,3%.

Os recursos de clientes totalizaram 43,8 mil milhões de euros, mais 5% face a período homólogo, “evolução determinada pelo aumento de 3,5% em depósitos e de 12,5% em recursos fora de balanço”.

O número de clientes digitais subiu 21,7% face a período homólogo para os 970 mil, enquanto o número de clientes do banco principal cresceu 4,4% para os 816 mil.

O banco também destaca que a “redução na geração de receitas comerciais recorrentes continuou a refletir a dificuldade do contexto económico, fruto do aumento do ambiente concorrencial, do nível estrutural negativo de taxas de juro e da menor utilização de serviços bancários, bem como da alteração profunda e estrutural da forma de interação dos clientes com o banco – tendência que tem acelerado fortemente nos últimos trimestres em resultado da alteração dos hábitos dos consumidores na procura de serviços bancários. As receitas no 1.º trimestre encontram-se influenciadas positivamente pela geração de receitas não recorrentes associadas à gestão da carteira de títulos”.

O rácio Core Tier 1 (fully implemented) foi de 20,1%, mais 4,3pp em relação a março de 2020.

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