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Madeira: Iniciativa Liberal alerta para excesso de embarcações de pesca ao atum

O partido sugere, nesse sentido, que os governantes estudem a possibilidade de abater algumas embarcações, para os armadores que o quiserem fazer.
18 Agosto 2022, 15h07

A Iniciativa Liberal Madeira alertou, esta quinta-feira, para o excesso de embarcações de pesca ao atum na Região, acrescentando que não há pescadores em número suficiente para equipar essas embarcações.

O partido sugere, nesse sentido, que os governantes estudem a possibilidade de abater algumas embarcações, para os armadores que o quiserem fazer.

“A Comissão Europeia tem verbas para estes abates. Ou este acontece, ou, daqui a algum tempo, deixamos de ter pesca de atum”, frisa, destacando que “a relação atual de quota/rentabilidade é impossível aguentar”.

Além das embarcações, a Iniciativa Liberal refere que é preciso também modernizar os pescadores, com formação das melhores técnicas e práticas, não excluindo a vertente ambiental, realçando que como empresários que são, é preciso também formar os armadores nas áreas da gestão de negócios e recursos humanos.

“Sabemos ser duro falar nisto, mas a gestão de recursos não é o mar de rosas que muitos pensam ser. E a previsão, no que diz respeito às tripulações, é que o problema se agrave para o ano”, refere, prevendo que muitos pescadores troquem a profissão “pela segurança da construção civil, dado o volume de obras que se avizinha”.

O partido sublinha que a quota de pesca de atum é reduzida numa base quase anual, e que este ano a frota esgotou-a em pouco mais de dois meses no que toca ao rabilho e ao patudo.

“Os atuneiros andam a trabalhar com tripulações cada vez mais pequenas, com os riscos que isso acarreta. Acaba a quota de pesca e aos pescadores não resta outra opção a não ser o desemprego. Isto potenciado porque, desde este ano, a pesca de gaiado, que permitia alargar a faina por mais algum tempo, foi proibida onde ele mais há: nas Selvagens. Um tipo de pesca que é de superfície, não afetando o ecossistema, realizada por salto e vara”, salienta.

“Junte-se a tudo isto a atual conjuntura de enorme aumento de preços dos combustíveis, mesmo com os apoios governamentais, e temos uma bomba montada. Há armadores que estão com a corda ao pescoço, em verdadeira situação de pré-falência”, frisa, questionando “como vão arcar com a obrigatoriedade da reparação anual que representa uma despesa significativa”.

Apresentados os problemas, o partido salienta que a Madeira tem vozes no Parlamento Europeu, onde o problema pode ser levantado, destacando que é urgente uma negociação das quotas, onde a Madeira tenha voz ativa, sublinhando que, no mínimo, a quota devia passar para o dobro.

Por fim, destaca que no que respeita à frota da espada de Câmara de Lobos a situação “é dramática e potencialmente perigosa”, dado o estado das embarcações, apontando para a renovação “urgente” das mesmas.

“Não nos admiremos, se num futuro próximo, houver barcos impedidos de sair para a faina. A Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) já avisou das más condições de muitas embarcações”, diz, por fim.

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